O frente a frente na CNN entre Paulo Raimundo, CDU, e Rui Tavares, Livre, foi feito em cordialidade, mas também com alguma discórdia. Ambos os partidos têm um projeto ideológico diferente a nível da política externa, mas conseguem "dar a mão" no que diz respeito ao investimento na cultura.
O representante da CDU começou o debate a falar do assunto que mais domina: a precariedade no mercado de trabalho.
Já o Livre foi confrontado, mais uma vez, com o apelo ao voto útil por parte do Partido Socialista.
"A melhor maneira de implementar as ideias do Livre é votar no Livre, creio que as pessoas estão avisadas perante chantagens eleitorais. Nós acreditamos que uma maioria dos partidos de esquerda é mais coerente, com defesa do Estado Social", referiu.
Política Externa
A respeito da posição sobre a Guerra na Ucrânia, a CDU já foi acusada de dualidades a respeito do conflito europeu.
"Nós fomos confrontados com duas as coisas, a nossa posição e interpretação dessa posição. A Guerra começou em 2014, os intervenientes não eram só Rússia e Ucrânia, mas Estados Unidos e União Europeia", disse Paulo Raimundo que acredita que só se sai da guerra construindo a paz.
"Todo o caminho que foi feito de apoio a guerra qual foi o resultado? Destruição", vincou.
Rui Tavares insistiu que o PCP e o Livre “têm visões divergentes, mas posição coerentes", algo que não é geral na política portuguesa.
“O Livre acredita que o projeto europeu é essencial para termos uma voz na globalização e o que está à nossa volta comprova isso, na UE estão países pequenos”, explicou,
Rui Tavares voltou a insistir, uma vez mais, no reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal.
O PCP continuou a vincar o seu lado crítico em relação às posições da União Europeia.
Cultura
Depois de assunto em que divergiram, chegaram os que convergiram. A valorização da cultura é uma das prioridades do Livre, e o PCP acompanhou as preocupações.
“Agora está na altura de sermos inovadores, aumentando o investimento e criando instituições novas. Isso significa um país mais atrativo para pessoas da criatividade”, elucidou Rui Tavares.
Paulo Raimundo seguiu o pensamento e mostrou vontade de valorizar todos os profissionais da cultura, sem exceção, combatendo a precariedade.