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Debate AD vs Chega: o "idiota útil da esquerda" e o "xenófobo demagogo"

Foram quase 40 minutos de interrupções, ataques e acusações entre Luís Montenegro e André Ventura. O PSD continua a dizer "não" a um Governo com o Chega, e o Chega diz que o PSD serve de "colo" do Partido Socialista.

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Luís Montenegro, Aliança Democrática, e André Ventura, Chega, estiveram frente a frente pela primeira vez na RTP. Entre interrupções, pouco se falou de medidas. Ambos os candidatos estiveram em modo ataque e criticaram a postura política um do outro. Viabilizações, pensões, corrupção, afinal a direita não é tão compacta assim.

A discordância é grande em termos de que governos viabilizam ou não, PSD quer se afastar, de uma vez por todas, do Chega e, com isso, Ventura cola o PSD ao PS.

"Governarei se vencer as eleições e não farei entendimento politico com o Chega, não é não. Porque temos instituições partidárias diferentes, com princípios diferentes, o PSD não poderá ir de encontro com políticas xenófobas, racistas, demagogas, André Ventura apresenta uma linguagem que não se compadece com os nossos princípios", esclareceu Luís Montenegro.

O líder social-democrata referiu, depois, as declarações de André Ventura este fim de semana que chamou ao PSD uma "prostituta política".

"A candidatura da AD é para ganhar as eleições, com maioria absoluta, se tiver deputados para isso, ou maioria relativa. os eleitores têm de ponderar entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos", elucidou Montenegro, esclarecendo que não equaciona outros cenários .

Tendo em conta as declarações de Montenegro, André Ventura referiu que o líder social-democrata "é incapaz de decidir".

"Saltam para o colo do PS como sempre fizeram, quando diz que não cenariza, diz que se o PSD vencer vai ser responsável, se o PS vencer vamos para o colo do PS. O líder do PSD é o homem que tem sido o colo do PS e recusa dizer o que fará. A arrogância em política corre mal, se acha que tem tanta vantagem sobre o Chega eu revia as sondagens", avisou Ventura.

Para o líder do partido de extrema-direita, Luís Montenegro está a ser o "Idiota útil da esquerda".

No que toca às forças de segurança, Luís Montenegro já estabeleceu que nos primeiros dias da sua governação irá estabelecer um diálogo com o setor. No entanto, quis elucidar sobre a "irresponsabilidade" do programa do Chega a respeito dos polícias.

"Irresponsabilidade programática financeira e política, como a medida da filiação partidária e o direito à greve, é uma tentativa de colocar os partidos políticos dentro das esquadras. Esta irresponsabilidade financeira de prometer tudo a todos, achando que há recursos financeiros. A medida é inaceitável. Já assumi compromisso de iniciar diálogo nos primeiros dias de Governo", esclareceu Montenegro.

"Luís Montenegro compromete-se com muita coisa, menos com as forças de segurança, é falta de credibilidade absoluta, para além da traição que fez, enquanto este problema não for resolvido não há nenhum governo que olhe com tranquilidade para a segurança pública", retorquiu André Ventura.

A respeito da corrupção e pensões, nestas duas matérias, as interrupções foram mais evidentes do que ambos propõem exatamente para a próxima legislatura.

Luís Montenegro disse conhecer melhor o programa do Chega do que o próprio André Ventura - e as suas contas - e Ventura disse que queria retirar propriedades e bens a quem esteja a ser investigado por corrupção.

No fim, já para lá do tempo habitual, ambos fizeram apelos aos eleitores:

"Respondam no voto, para mudar de Governo, para acabar com degradação institucional, têm de concentrar o voto e não dispersar", apelou Montenegro,

"O meu adversário é o PS, mas ambos os partidos representam o sistema de tachos e bandidos à solta. Se querem que se mantenha tudo igual votem Luís Montenegro", finalizou Ventura.

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