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Porto tem mais de 600 pessoas sem-abrigo: autarquia pede "urgência para repensar estratégia nacional"

A Câmara do Porto também desafia o Governo a criar respostas de saúde específicas, nomeadamente para a toxicodependência, que é fator agravante deste problema.

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Disparou o número de pessoas que dormem nas ruas do Porto. Esta é a perceção das associações de voluntariado que andam no terreno e que têm tido uma enorme procura de ajuda, sobretudo de migrantes. A Câmara do Porto também desafia o Governo a criar respostas de saúde específicas, nomeadamente para a toxicodependência, que é fator agravante deste problema.

Ao anoitecer, as ruas do Porto cobrem-se de tendas e agasalhos, que tentam camuflar os rostos entorpecidos da realidade das pessoas em situação de sem-abrigo.

O aumento do número de pessoas a viver nas ruas é uma perceção generalizada das 35 associações de voluntariado, que se articulam com o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo do Porto (NPISA Porto).

Quem coordena o NPISA é a Câmara do Porto, que em comunicado explica que das 647 pessoas identificadas em 2022, há que distinguir as 171 consideradas “sem teto” e as restantes “sem casa” a viver em respostas sociais temporárias.

A autarquia destaca ainda as mais de 400 vagas neste tipo de resposta social, tutelada pela Segurança social, mas que estará muito aquém do necessário.

“Neste momento quem quiser sair da rua não tem cama. A estratégia previa no máximo até 72 horas, mas é preciso esperar quatro, cinco, seis meses e agora com tendência aumentar”, afirma ao padre Ruben Marques, que é o representante da NPISA Porto.

As associações dizem que o problema é transversal a todo o país e agrava-se com a falta de camas de emergência e de longa duração.

Para quem anda no terreno é urgente repensar a estratégia nacional, aprovada há duas semanas, ainda pelo anterior governo.

“Vem aí a nova estratégia 2025/30, não está dotada de orçamento. É uma estratégia que apresenta alguns riscos, alguns muito grandes. […] Neste momento é preciso investimento de respostas: camas de emergência, camas de longa duração, equipas multidisciplinares e comunidades terapêuticas”, acrescenta o padre Ruben Marques.

A Câmara do Porto também desafia o Governo a criar respostas de saúde específicas, nomeadamente para a toxicodependência, que é fator agravante deste problema.

Acrescenta, ainda que apenas 40% das pessoas em situação de sem-abrigo são do município, por isso a autarquia defende uma estratégia alargada à área metropolitana do Porto.

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