Chegou ao fim o mês do Ramadão, o mais importante do calendário islâmico. Obriga a jejum entre o nascer e o pôr do sol, porque se acredita que purifica a alma e concentra a atenção em Deus. Em Lisboa, o final deste período de privação foi celebrado, por milhares de muçulmanos, no Martim Moniz.
Pouco passa das 7h00 da manhã quando a multidão vai enchendo a praça. Colocam-se rolos de papel para resguardar os que chegam para a oração. Cada um traz ainda um tapete e, tirando os sapatos, aguarda que cheguem as 8h00, a hora marcada para o início da festa do Eid al-Fitr que marca o fim do Ramadão.
“Juntamo-nos aqui ara pedir a Deus que o mundo tenha paz, prosperidade, e também que o mundo fique melhor. É por isso que todos nos juntamos aqui”, afirma Rana Taslim Uddin, presidente da Comunidade Islâmica do Bangladesh.
Não há mulheres na praça. Podem celebrar o fim do Ramadão em casa, ou em lugar reservado na mesquita.
O Ramadão, mês em que os primeiros versículos do Alcorão foram revelados a Maomé, há mais de 1400 anos, começou, este ano, no dia 11 de março.
O livro sagrado do Islão recomenda que, enquanto durar o Ramadão, os fiéis deixem de comer, de beber, inclusive água, de fumar e de ter relações sexuais, do nascer ao pôr-do-sol.
O que, para uns, pode parecer sacrifício, para outros aprende-se desde cedo.
“Aos sete anos, o ser humano começa a fazer o jejum. Aos 13 anos, já é obrigatório fazer o jejum. Todos os muçulmanos já estão habituados desde criança”, nota Rana Taslim Uddin.
Estimam-se que tenham sido 4000 as pessoas a celebrar o fim do Ramadão, esta manhã, no Martim Moniz. Terminam a oração com longos abraços aos que estavam por perto. O dia, para o resto da comunidade muçulmana, é de festa, com a família e os mais próximos.