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Análise

Para quando a retaliação do Irão? "É um dos mistérios do atual conflito do Médio Oriente"

A última ronda de negociações entre Israel e o Hamas terminou com perspetivas contraditórias, relativamente ao cessar-fogo permanente em Gaza. Também o ataque de Israel ao consulado iraniano em Damasco está a fazer crescer a tensão no Médio Oriente.

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As negociações entre Israel e o Hamas para um cessar-fogo em Gaza voltaram a terminar sem um consenso. Na opinião do comentador da SIC Germano Almeida, na SIC Notícias, as negociações “falharam mais uma vez e mais uma vez há informações contraditórias”. O ataque de Israel ao consulado iraniano em Damasco, no dia 1 de abril, está a fazer crescer a tensão no Médio Oriente.

De acordo com o Egito, as duas partes terão concordado em alguns pontos da proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas fonte do Hamas nega.

“Houve nas últimas horas a indicação por parte dos egípcios, que poderia haver algum consenso relativamente a matérias fundamentais. Não se confirma de forma alguma, porque o Hamas diz que Israel não cede na questão da exigência do cessar-fogo permanente”, afirma Germano Almeida.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que não vai aceitar esse cessar-fogo, acrescentando ainda a administração de Joe Biden lhe deu, mais uma vez, nestes últimos dias a garantia de que está do lado de Israel.

“Eu faço notar que no Cairo, este fim de semana, esteve também o diretor da CIA e o primeiro-ministro do Qatar. Ou seja, Egito, Qatar e Estados Unidos com fortes dignatários nestas negociações, e mesmo assim as posições não mudam e tudo indica que vai mesmo haver uma operação israelita em Rafah”, explica.

Retirada das tropas israelitas: o que significa?

Henrique Cymerman já tinha dado conta de que atualmente há apenas uma brigada israelita que se mantém na Faixa de Gaza, após a retirada dos militares israelitas, que servirá para “preparar futuras operações”, incluindo em Rafah.

“Israel manteve as suas posições para quando entender fazer a operação em Rafah. Há bocado víamos imagens absolutamente devastadoras, não há palavras, Khan Yunis está destruída. Supostamente as 400 mil pessoas que lá moravam poderão regressar, mas, infelizmente, vão deparar-se com a destruição total”, acrescenta.

Irão avisa que nenhuma embaixada israelita “estará segura”

Um conselheiro militar do líder supremo do Irão alertou este domingo que nenhuma embaixada israelita estará segura, na sequência do ataque israelita ao consulado iraniano em Damasco, que matou sete militares iranianos, incluindo dois oficiais de alta patente.

Questionado sobre quando poderá ser esperada essa retaliação do Irão, o comentador da SIC afirma que “é um dos mistérios do atual conflito do Médio Oriente”.

“Será verdade ou não esse alastrar de um conflito entre Israel e Irão? Eu quero acreditar que não, no entanto há um dado objetivo que foi o que se passou a semana passada”, diz o comentador, sobre o ataque ao consulado iraniano em Damasco.

Acrescenta ainda: “Estamos numa fase de grande imprevisibilidade, mas eu era capaz de apostar que o ataque não será em território israelita, o Irão não faria essa imprudência."

“Há aqui um risco de alastramento regional, mas parece-me que o que há também é um interesse de Netanyahu que - pela situação que tem de gestão cada vez mais difícil com os Estados Unidos - de alargar o risco à questão iraniana, e com isso fixar a posição americana”, analisa o comentador.

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