Os produtores de fruta do Nordeste Transmontano estão preocupados com as elevadas temperaturas fora de época, o calor está a adiantar a floração das árvores que pode ser queimada pelas geadas tardias.
Há mais de uma semana que o calor se antecipou ao calendário habitual do Nordeste Transmontano e os dias têm sido anormalmente quentes para a região, com máximas a chegarem aos 27 graus, valores bastante acima do habitual para a época.
"O pessoal anda aqui de manga curta como se já tivéssemos em julho, é exagerado", disse Delfim Meireles, um agricultor da região, acrescentando que 16 ou 17 graus seria o normal para esta altura do ano.
Este tempo fora de tempo está a antecipar a rebentação das árvores em mais de quinze dias pondo-as em risco logo à nascença.
"Esse despertar mais precoce leva-nos a ter uma grande preocupação com as temperaturas que estão previstas para a próxima semana. Na terça-feira estão previstos 0 graus o que poderá ser uma calamidade para as árvores", afirmou Paulo Pires, produtor de cereja.
São os caprichos do tempo a que estes agricultores se vão habituando e já não têm dúvidas de que o clima mudou.
"O inverno normalmente prolongava-se até ao final de março e só em abril é que vinha o tempo de primavera, mas agora não. Este ano nem tivémos inverno", afirmou Delfim Meireles.
"As alterações climáticas são mais que evidentes", reforçou Paulo Pires.
De acordo com as previsões, a partir de segunda-feira as temperaturas voltam a descer no Nordeste Transmontano com as mínimas a caírem para os zero graus e há mesmo probabilidade da neve regressar às zonas mas elevadas da região.