Um cientista brasileiro alerta para os perigos das ondas de calor, como a que o Rio de Janeiro, no Brasil, está a enfrentar. Os moradores dizem que falta água para beber e relatam uma "sensação horrível", depois de, no domingo de manhã, o Rio de Janeiro bater um novo recorde de sensação térmica: 62,3ºC.
Carlos Nobre, cientista brasileiro, diz que o fenómeno climático mais mortal são as ondas de calor.
"A ciência mostrou com clareza que os eventos que mais matam pessoas são as ondas de calor. Não são os deslizamentos ou inundações", afirma o especialista.
Moradores de alguns bairros do Rio de Janeiro queixam-se de falta de água em dias de calor extremo. Os bairros mais pobres são os mais afetados.
"Água gelada ou ar condicionado, não tem outra condição de ficar neste sol. A sensação é horrível, é calor de deserto", diz um dos moradores.
Já uma residente especifica que não há água para tomarem banho todos os dias e que "falta água até para beber".
"Há noite ninguém dorme. Se for usar ar condicionado a energia vem uma fortuna. Eu não tenho condições de pagar", acrescenta.
62,3ºC é a sensação térmica mais alta registada pelo sistema Alerta Rio. Foi esse o valor registado, no domingo de manhã, num bairro de Guaratiba, na zona oeste da cidade. Esta zona é formada por bairros pobres e periféricos, onde vive mais de 40% da população da cidade.
De acordo com o relatório do Centro de Operações do Rio (COR), citado pela Reuters, "a sensação térmica é um índice de calor calculado a partir de dados de temperatura e humidade relativa. Quanto maior a temperatura e a humidade relativa, maior será a sensação de calor naquela região".