São praticamente diárias as notícias sobre o clima de instabilidade que atravessa o ensino em Portugal. Alunos sem aulas meses a fio, relatórios nacionais e internacionais que apontam dificuldades nas aprendizagens e uma classe docente envelhecida e desmotivada. Na Grande Reportagem desta quinta-feira, "Atenção escolas", procuramos respostas para um setor social do qual depende, em grande medida, o nosso futuro coletivo.
Diz-se que a escola é um "elevador social", mas na família de Rita Valente o ascensor está praticamente parado. Desempregada, com cinco filhos a cargo, Rita vive com a mãe, o irmão e o companheiro num apartamento do bairro da Picheleira, em Lisboa.
Quando a pandemia fechou os portugueses em casa, a família teve de se organizar para que as crianças mais velhas pudessem acompanhar as aulas à distância.
Com mais ou menos celeridade, os apoios foram chegando às crianças e jovens das Olaias, mas a envolvente socioeconómica daquela que é uma das zonas mais deprimidas de Lisboa deixou muitos alunos para trás.
O que se vê nos exames e nas provas de aferição não nos deve deixar indiferentes.
A integração de alunos de comunidades estrangeiras que cada vez mais nos procuram e a necessidade de substituir uma classe docente envelhecida são alguns dos desafios da escola pública portuguesa a que é preciso dar resposta urgente.