País

Ventura vai ao Bonfim e aponta o dedo a Montenegro

O líder do Chega visitou a zona onde houve um ataque de cariz racista a imigrantes. Apesar de dizer que ia para “ouvir todos”, procurou, desde logo, falar num "problema de imigração" e associá-lo à criminalidade.

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André Ventura afirma que está à vontade em ser interpretado como alguém que faz oportunismo político, ao visitar a zona do Bonfim, no Porto, onde um grupo de imigrantes foi, na última semana, alvo de um ataque racista. O líder do Chega aponta também o dedo ao primeiro-ministro, sugerindo que este se preocupa mais com os ataques a migrantes do que com a criminalidade de que são alvo os portugueses.

Ventura diz querer perceber se o aumento da criminalidade naquela zona está relacionado com o crescimento da imigração - apesar de os dados oficiais desmentirem que assim seja.

André Ventura desvaloriza os números apontados, por exemplo, pelo Relatório Anual de Segurança Internal, atirando que “os números são os que o poder político quer dar”.

Garantindo que se desloca ao Porto para ouvir “todos”, desde a polícia, aos moradores, passando pelos lojistas, Ventura foi questionado, pelos jornalistas, por que motivo não fala também com os imigrantes. O líder do Chega responde que fala com “alguns”, mas, alega, muitos “não falam português” e outros não querem “aparecer nas câmaras” da comunicação social.

André Ventura procurou associar a situação do ataque racista a imigrantes no Porto a um problema de imigração no país, referindo que Portugal “não pode continuar a ter estes níveis de imigração”, sobretudo, destacou, “se ela for descontrolada, e é isso que está a acontecer”.

“Estamos a criar o maior barril de pólvora da europa”, atira, enquanto é chamado de “fascista”, por cidadãos a passar pelas ruas. Mas Ventura desvaloriza e garante também não ter problemas em ser interpretado de que forma for, quando questionado sobre se a ida ao Porto poderia ser vista como “aproveitamento político”.

O presidente do Chega frisa que quer enviar um “alerta ao Governo, com um sinal de que “há coisas a mudar” no que há imigração diz respeito e aponta o dedo diretamente a Luís Montenegro.

André Ventura acusa o primeiro-ministro de “não ter uma palavra” para os portuenses quando estes, alegadamente, são alvo de crimes, mas, quando há um ataque a imigrantes “vai logo para o Twitter”.

“Não podemos ter um governo que só vê uma parte da história”, concluiu.

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