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Seis homens identificados e um detido após ataques a imigrantes no Porto, Governo já reagiu

O grupo destruiu o interior da casa e agrediu os imigrantes, a maioria de origem argelina. O primeiro-ministro já condenou os ataques e diz estar solidário com as vítimas, reafirmando a tolerância zero ao ódio.

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Seis homens foram identificados e um ficou em prisão preventiva, pela posse de arma ilegal, pela PSP, na sequência das agressões contra imigrantes, no Porto, na madrugada de sexta-feira, revelou, neste sábado, à Lusa o porta-voz da Polícia, Sérgio Soares.

Numa madrugada muito agitada nas ruas do Porto, a PSP foi alertada cerca da 01:00 para uma agressão no Campo 24 de agosto, a dois imigrantes, por um grupo de quatro ou cinco homens que fugiu antes da chegada dos agentes da Polícia, começou por descrever o porta-voz, indicando que os dois agredidos foram assistidos no Hospital São João.

Cerca de 10 minutos mais tarde, um pouco mais acima, na Rua do Bonfim, 10 imigrantes foram atacados, na habitação onde estavam, por um grupo de 10 homens, munidos com paus e, a PSP não conseguiu confirmar, por uma arma de fogo, continuou Sérgio Soares. Três dos agredidos foram conduzidos ao Hospital São João, disse.

Ainda segundo o responsável da PSP, cerca das 03:00, na Rua Fernandes Tomás, outro imigrante foi também agredido, por outros suspeitos, sendo que um deles usava uma arma de fogo.

Nesta altura, com o contingente de polícias reforçado foi, então, possível intercetar um dos suspeitos de agressão na Rua Santo Ildefonso, na posse de um bastão extensível, relatou.

Cerca das 05:00, fruto das diligências operadas pela PSP foi intercetada a viatura usada no ataque da 01:00, com cinco suspeitos no interior e que foram todos identificados, acrescentou Sérgio Soares.

A PSP deu conhecimento da ocorrência ao Ministério Público e, dada a suspeita de existência de crime de ódio, o assunto transitou para a Polícia Judiciária, concluiu.

Governo e partidos condenam ataques

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, condenou, em seu nome e do Governo, os "ataques racistas" contra imigrantes no Porto e defendeu que deve existir "tolerância zero ao ódio e violência xenófoba".

"Condeno veementemente, em meu nome pessoal e do Governo português, os ataques racistas desta noite no Porto", escreveu o chefe de Governo na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter), expressando "solidariedade com as vítimas".

Luís Montenegro reafirmou "tolerância zero ao ódio e violência xenófoba" e elogiou "o trabalho das forças de segurança".

Marcelo Rebelo de Sousa também já condenou os ataques e salientou que a violência racial e a xenofobia não têm lugar na sociedade portuguesa.

Numa nota publicada no site da Presidência, é referido que Marcelo Rebelo de Sousa condena os "ataques racistas" que ocorreram no Porto.

"Ao tomar conhecimento dos ataques racistas perpetrados durante a última noite no Porto, o Presidente da República sublinha a veemente condenação da violência racial e da xenofobia, práticas sem lugar na sociedade portuguesa", refere a nota.

Também numa publicação na mesma rede social, a coordenadora do BE pediu uma "punição exemplar dos agressores", defendendo "nem um dia de silêncio contra a política de ódio".

Mariana Mortágua considerou que "quando o racismo flui no parlamento, a violência flui até às ruas".

"Quem censura a memória do colonialismo abre a porta à violência no presente", escreveu a bloquista.

Também no X, a porta-voz do PAN repudiou “os atos de xenofobia e racismo”.

Com Lusa

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