A Rússia assinou um acordo de cooperação militar com São Tomé e Príncipe e poderá fazer o mesmo com a Guiné-Bissau. A Iniciativa Liberal está preocupada com esta aproximação e admite chamar o MNE ao Parlamento.
Este acordo prevê formação, utilização de armas e equipamento militar e ainda visitas de aviões, navios de guerra e embarcações russas ao arquipélago que se encontra numa localização estratégica e de importância para Moscovo.
Guiné-Bissau poderá ser o próximo país a aprofundar as relações com a Rússia. O presidente guineense está em Moscovo para as cerimónias do Dia da Vitória, data em que os russos celebram a vitória sobre a Alemanha nazi na II Guerra Mundial.
Por cá, a Iniciativa Liberal está preocupada com a aproximação destes países da CPLP a Moscovo e vai pedir para ouvir o ministro dos Negócios Estrangeiros no Parlamento.
"Tudo isto é preocupante. Nós achamos que é o momento, de uma vez por todas, de enquanto país e sociedade, enquanto órgãos de soberania, começarmos a fazer este debate, daquele que é o papel de Portugal na CPLP e para que serve a CPLP", afirma Rodrigo Saraiva.
Por escrito, o Governo português diz que Portugal está empenhado em intensificar a cooperação em defesa com São Tomé e Príncipe, com a Guiné-Bissau e com outros países lusófonos, com particular destaque para a segurança marítima no Golfo da Guiné.
Marcelo Rebelo de Sousa desconhece acordos que envolvam a Rússia, mas avisa que é preciso estar atento.
"É evidente que a Europa está sempre muito atenta àquilo que se passa em África. Nós em particular porque não esqueçamos que temos forças nacionais destacadas, com várias missões, em vários estados de língua portuguesa e que não têm língua portuguesa para garantir a estabilidade, a segurança e as condições humanitárias", lembra o Presidente.