O Governo quer que as agressões a professores ou a assistentes operacionais sejam consideradas um crime público e as penas agravadas. Atualmente apenas uma pequena parte dos casos chegam às autoridades por causa do receio de represálias.
No final de cada aula de Educação Física, a professora Marta Gonçalves pedia sempre ajuda a dois alunos para recolherem o material utilizado. A 22 de outubro de 2019, o pedido foi o mesmo, mas o desfecho diferente.
Perante as atitudes agressivas de uma aluna, a docente ameaçou-a com uma falta disciplinar, o que deixou a jovem mais irritada. Marta tinha mais aulas previstas para o mesmo dia. No momento em que tentou sair do pavilhão foi novamente agredida pela jovem.
Além da parte física, este episódio deixou também marcas psicológicas, que levaram a professora a deixar de dar aulas durante quatro anos.Também esta docente continua a sentir os efeitos da violência ocorrida há cerca de 10 anos.
Tudo começou após uma denuncia à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. A aluna apareceu na escola com pisaduras no corpo. A professora seguiu os procedimentos normais nestes casos e denunciou a situação o que desagradou o pai.
Apesar da insistência, o Ministério da Educação não divulga os números totais de professores agredidos. O Governo quer que agressões como estas sejam consideradas crimes públicos e as penas sejam agravadas.
Uma mudança penal que os sindicatos dos professores dizem ser uma vitória, apesar do assunto estar a ser discutido há anos, sem nunca ter passado de intenções.
A SIC sabe que no só ano passado a GNR registou 44 ocorrências de agressões a professores e este ano, nos primeiros quatro meses, mais 16. Viana do Castelo é o distrito com o maior registo.