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Afinal, há um "caos" nas contas públicas? Peritos falam em "estratégia política"

Miranda Sarmento atualizou o valor do alegado desvio orçamental provocado por Fernando Medina. Os especialistas ouvidos pela SIC questionam os números e consideram que há uma "narrativa" do ministro para baixar as expetativas.

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O ataque público ao legado das contas certas, deixado pelo Governo de António Costa e Fernando Medina, começou no ultimo Conselho de Ministros. Miranda Sarmento, atual responsável pela pasta das Finanças, disse que o anterior Executivo “aprovou despesas excecionais de 1.080 milhões de euros, dos quais 950 milhões já depois das eleições”.

Seis dias depois, o valor do alegado desvio orçamental mais do que duplicou. “Estamos a falar de 2.500 milhões que não estavam no Orçamento do Estado”.

Numa semana, o ministro encontrou mais 1.200 milhões em medidas que o Governo anterior terá aprovado entre o momento da demissão de Costa e a entrada em funções do novo Executivo. Medidas que terão sido aprovadas em conselho de ministros, mas que não tinham cabimento orçamental.

Os especialistas em finanças publicas contactados pela SIC, Paulo Trigo Pereira e António Nogueira Leite, duvidam dos números apresentados por Miranda Sarmento e também convergem na leitura da estratégia do ministro das Finanças.

"É uma política de baixar as expectativas para o país e para as várias corporações, em especial as que estão a negociar com o Governo", analisa Paulo Trigo Pereira. “Da mesma maneira que disse que a ideia de cofres cheios não era uma ideia operacional, esta é [também] uma ideia política e de comunicação”, afirma António Nogueira Leite.

PS acusa ministro de “brincar com a credibilidade” do país

A discussão parece ser então mais politica do que técnica. E o PS lançou mais um argumento, afirmando que está em causa “a credibilidade internacional das contas públicas portuguesas”.

Alexandra Leitão, líder parlamenta socialista, diz que os argumentos de Miranda Sarmento "não estão fundamentados".

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