A Madeira recebeu um total de 58 doentes dos Açores, transferidos do Hospital de Ponta Delgada, atingido por um incêndio no sábado.
Cerca de 26 doentes, os que se encontram em estado mais crítico, estão internados no Hospital Doutor Nélio Mendonça.
Os restantes 32 doentes, que foram esta madrugada transferidos para à Madeira, estão na Unidade Regimento de Guarnição n.º3 (RG3), uma unidade muito preparada para questões de apoio e proteção civil.
Em entrevista à SIC, o coronel João Bernardino, comandante da unidade, garante "que estão sempre preparados, com planos de contingência" para situações como esta e que por isso a preparação para receber os doentes "foi rápida", contudo, ainda assim, houve a necessidade de "preparar as camaratas onde as pessoas ficam alojadas".
21 dos 58 doentes já começaram a receber tratamento hospitalar
Em declarações à SIC, Júlio Nobrega, diretor clínico do serviço regional de saúde garante que todos os doentes estão estáveis.
"21 já estão a fazer hemodiálise. Os doentes estão estáveis e muito agradecidos. Está tudo a correr bem", garantiu.
De acordo com Pedro Temtem, o enfermeiro que acompanhou a instalação dos doentes, o doente mais novo transferido dos Açores tem 23 anos e o mais velho 66.
Segundo o enfermeiro, grande parte dos doentes transferidos são pessoas ativas e que fazem a sua vida normal, mas que vão ter de permanecer na Madeira para receber os tratamentos enquanto não houver solução para o Hospital em São Miguel.
O Governo dos Açores declarou este domingo a situação de calamidade pública devido ao incêndio no Hospital de Ponta Delgada e a secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, disse que a unidade de saúde já foi alvo de duas vistorias, mas ainda não há previsão para retomar o normal funcionamento do equipamento.
O incêndio no hospital obrigou à transferência de todos os doentes internados.
Na altura do incêndio estavam no Hospital de Ponta Delgada "333 doentes no Hospital" e foi necessário proceder "à transferência de 240 doentes", segundo a titular da pasta da Saúde nos Açores.
Os doentes mais críticos e graves foram transferidos para o hospital da CUF, na cidade de Lagoa, e os restantes para centros de saúde.