No 50.º aniversário do PSD, Cavaco Silva, em entrevista ao Público, afirma que o que distingue os sociais-democratas não é a origem das suas raízes - “o campo ou a cidade, a vila ou a aldeia”, mas o “interclassismo” em defesa dos princípios e valores da social-democracia.
"O que distingue a família social-democrata, os militantes e simpatizantes do partido, não é a origem das suas raízes, o continente ou as ilhas, o campo, a cidade, a vila ou a aldeia, o interior ou o litoral, a planície ou a serra", responde Cavaco Silva, questionado sobre se o PSD é um partido de “matriz rural”.
Recorde-se que, em abril, num jantar com jornalistas estrangeiros, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu o ‘estilo’ do primeiro-ministro Luís Montenegro como o de uma pessoa que vem de um “país profundo, urbano-rural, urbano com comportamentos rurais”.
Mais tarde, o chefe de Estado esclareceu que vê no atual primeiro-ministro uma ligação ao "PSD profundo, que é um PSD de base rural-urbana".
Esta segunda-feira, dia que marca o início das comemorações do 50.º aniversário do PSD, Cavaco Silva preferiu destacar o “interclassismo” daqueles que compõem e apoiam o partido.
“O que distingue a face humana do partido é o interclassismo. Nele se juntam, em defesa dos princípios e valores da social-democracia, operários, trabalhadores rurais, pescadores, empresários, agricultores, comerciantes, funcionários públicos, de instituições sociais e do sector privado, artistas, cientistas, profissionais liberais, jovens e idosos, numa convergência de ideias sobre o futuro de Portugal e na esperança de concretização dos seus sonhos pessoais.”
Questionado ainda sobre o futuro do partido, o antigo Presidente da República deixa um recado ao atual Governo: é preciso “cumprir as promessas aos portugueses” e “aplicar os princípios da social-democracia - em especial a justiça social, a igualdade de oportunidades e o reformismo”.
Só assim, sublinha, os resultados serão positivos e os portugueses reconhecerão o trabalho do partido.