País

Cavaco Silva: o que distingue o PSD "não é a origem das suas raízes”

Nos 50 anos do PSD, Cavaco Silva fala sobre as origens do partido, depois de, há um mês, Marcelo Rebelo de Sousa ter classificado Montenegro como um primeiro-ministro com “comportamentos rurais” e o PSD como um partido de base “rural-urbana".

Cavaco Silva: o que distingue o PSD "não é a origem das suas raízes”
Horacio Villalobos

No 50.º aniversário do PSD, Cavaco Silva, em entrevista ao Público, afirma que o que distingue os sociais-democratas não é a origem das suas raízes - “o campo ou a cidade, a vila ou a aldeia”, mas o “interclassismo” em defesa dos princípios e valores da social-democracia.

"O que distingue a família social-democrata, os militantes e simpatizantes do partido, não é a origem das suas raízes, o continente ou as ilhas, o campo, a cidade, a vila ou a aldeia, o interior ou o litoral, a planície ou a serra", responde Cavaco Silva, questionado sobre se o PSD é um partido de “matriz rural”.

Recorde-se que, em abril, num jantar com jornalistas estrangeiros, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu o ‘estilo’ do primeiro-ministro Luís Montenegro como o de uma pessoa que vem de um “país profundo, urbano-rural, urbano com comportamentos rurais”.

Mais tarde, o chefe de Estado esclareceu que vê no atual primeiro-ministro uma ligação ao "PSD profundo, que é um PSD de base rural-urbana".

Esta segunda-feira, dia que marca o início das comemorações do 50.º aniversário do PSD, Cavaco Silva preferiu destacar o “interclassismo” daqueles que compõem e apoiam o partido.

“O que distingue a face humana do partido é o interclassismo. Nele se juntam, em defesa dos princípios e valores da social-democracia, operários, trabalhadores rurais, pescadores, empresários, agricultores, comerciantes, funcionários públicos, de instituições sociais e do sector privado, artistas, cientistas, profissionais liberais, jovens e idosos, numa convergência de ideias sobre o futuro de Portugal e na esperança de concretização dos seus sonhos pessoais.”

Questionado ainda sobre o futuro do partido, o antigo Presidente da República deixa um recado ao atual Governo: é preciso “cumprir as promessas aos portugueses” e “aplicar os princípios da social-democracia - em especial a justiça social, a igualdade de oportunidades e o reformismo”.

Só assim, sublinha, os resultados serão positivos e os portugueses reconhecerão o trabalho do partido.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do