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Ordem dos Fisioterapeutas diz que ministra mostrou "grande disponibilidade para o diálogo"

A Ordem dos Fisioterapeutas faz um balanço positivo da reunião com a Ministra da Saúde e diz que espera, no início de junho, ter respostas às propostas que apresentaram.

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A Ordem dos Fisioterapeutas faz um balanço positivo da reunião com a Ministra da Saúde. António Lopes, bastonário da ordem, disse que Ana Paula Martins mostrou uma “grande disponibilidade para ouvir e para o diálogo”.

“No nosso entender houve uma compreensão muito grande daquilo que são os problemas que nós enfrentamos e sobretudo dos utentes.”

Em declarações à agência Lusa no final da reunião, António Lopes disse que, além de apresentar cumprimentos à nova equipa ministerial, a Ordem dos Fisioterapeutas foi "dar nota de um conjunto de tópicos que têm a ver, sobretudo, com a dificuldade do acesso dos utentes à fisioterapia".

O bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas falou também dos problemas que o setor enfrenta e das potenciais soluções.

Uma das questões apontadas por António Lopes como essencial relaciona-se com "a possibilidade de haver uma referenciação para a fisioterapia por qualquer médico, nomeadamente em termos da possibilidade de intervenção não só na área da reabilitação, mas também na área dos cuidados de saúde primários da promoção da saúde na prevenção da doença".

O bastonário destacou também os desafios levantados pelo facto de a população do país estar cada vez mais envelhecida.

"Há um conjunto de doenças crónicas evolutivas que exigem cuidados de continuidade e, portanto, o fisioterapeuta tem obrigatoriamente de ter uma prestação também mais sistemática, mais prolongada, mais educativa, não só de intervenção direta, mas de melhoria das condições de vida e da qualidade de vida das pessoas", defendeu.

Na reunião também foi abordada a necessidade de existirem mais fisioterapeutas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo o bastonário apresentado as estatísticas europeias, que indicam uma necessidade média acima de 130 fisioterapeutas por cada 100.000 habitantes.

"Portugal está um pouco acima dos 110 a nível do país, mas no Serviço Nacional de Saúde estamos muitíssimo abaixo, só há 1.500 fisioterapeutas integrados no Serviço Nacional de Saúde, enquanto somos 12.000 inscritos na Ordem e todos os anos se formam cerca de mais 1000 fisioterapeutas", elucidou.

Para António Lopes, estes números demonstram que há "um desperdício de mão-de-obra qualificada que não está a ser devidamente integrada nos serviços".

Segundo o bastonário, a ministra da Saúde "mostrou-se muito conhecedora da realidade" e manifestou "uma grande abertura" ao diálogo.

"Para nós, foi muito interessante o diálogo, porque não tivemos que explicar a situação, analisámos mais os contornos da própria situação e as possíveis soluções e as possíveis abordagens aos problemas", comentou.

António Lopes diz que a resposta da ministra às propostas feitas pela ordem será, em princípio, dada no início de junho.

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