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De juízes a oficiais, setor da Justiça queixa-se de que falta tudo nos tribunais

As carreiras na Justiça não são atrativas e, por isso, está em cima da mesa a ideia de apresentar ao Governo um caderno de encargos conjunto do setor judicial.

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O vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura alerta para uma situação complicada vivida na Justiça. De juízes a oficiais de justiça, Luís Azevedo Mendes afirma que falta tudo nos tribunais.

O alerta foi deixado esta quarta-feira, durante a conferência "Jornada da Justiça e os seus recursos humanos”, organizada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais.

“A situação não está fácil e o que se avizinha é muito difícil. O envelhecimento na magistratura e nos oficiais de justiça é notório”, declarou o vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura, que classifica a falta de renovação destes profissionais como “preocupante”.

“O serviço público corre o risco de estar perante uma situação de desmantelamento completo”, admite Luís Azevedo Mendes.

A escassez dos oficiais de justiça é, para muitos, um dos principais problemas dos tribunais portugueses.

“A falta de meios é um problema sério que existe na Justiça”, sustenta Paulo Lona, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. “Está a afetar muito seriamente os serviços do Ministério Público”, aponta.

A bastonária da Ordem dos Advogados refere a falta de atratividade da carreira de oficial de justiça, e lembra que, sem estes profissionais, os serviços paralisam.

A profissão, sublinha Fernanda de Almeida Pinheiro, “tem de ser altamente qualificada, com uma componente técnica bastante elevada” e estes profissionais “estão muitas vezes deslocados das suas habituais residências para prestar serviço”.

“Alguém que viva, por exemplo, no Interior do país e que venha viver para Lisboa, se tem uma remuneração de 800 euros, como é que paga uma renda de uma casa? Isso é completamente impossível”, nota a bastonária. “Vivem em situações precárias, extraordinariamente degradantes.”

Fernanda de Almeida Pinheiro sugere, por isso, a apresentação ao Governo de um caderno de encargos conjunto, organizado pelos diferentes agentes do setor judicial.

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