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"Manutenção do golfe é criminoso": ativistas do Climáximo transformam campo em horta

Depois de o coletivo Greve Climática Estudantil ter coloado uma faixa na sede do Banco de Portugal, ao final da manhã desta quarta-feira, seis apoiantes do Climáximo também entraram em ação. O alvo foi o campo de Golfe de Oeiras. Com enxadas e dezenas de legumes e árvores, o objetivo deste protesto foi um: transformar o campo numa horta urbana.

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“Em tempos de seca, a manutenção do golfe é criminoso”. Este foi o mote para a segunda ação do dia de jovens ativistas pelo clima. Depois de o grupo de ativistas Greve Climática Estudantil ter colocado, esta manhã, uma faixa no topo do edifício do Banco de Portugal, em Lisboa, ao início da tarde, o outro conhecido grupo de ativistas entrou em ação.

Disso mesmo dão conta. “Pelas 12 horas de hoje [quarta-feira], seis apoiantes do Climáximo entraram no Campo de Golfe de Oeiras com enxadas e dezenas de legumes e árvores com o fim de inaugurar uma horta urbana agroflorestal para produção alimentar, para travar o crime de se continuar a usar recursos energéticos e água para a manutenção de campos de golfe quando em plena crise climática e protestos de agricultores por falta de água”, lê-se no comunicado enviado às redações.

“Com as nossas próprias mãos”, contam, plantaram no campo de golfe “uma variedade de espécies hortícolas e árvores autóctones”. A intenção, dizem, era "t​​​​​​​ravar consumos criminosos e desajustados por parte dos super-ricos, e dar novos propósitos a locais que atualmente são de acesso restrito para as elites que mais culpadas são pela crise climática".

Climáximo

Citando um estudo publicado pela Agência Europeia do Ambiente, os ativistas sustentam que “os riscos referentes ao calor extremo, como exposição a incêndios florestais e à seca, já estão em níveis críticos em Portugal", o que tem como uma das consequências diretas “o acesso a água potável por parte das populações”.

“Estamos no 10.º mês seguido mais quente de sempre, enfretamos seca de terrenos agrícolas e florestais e o esvaziamento de barragens, rios e charcos, deixando em aflição centenas de agricultores por todo o país, com protestos há menos de 1 semana no Algarve. (…) As elites que usufruem deste tipo de lazer [campos de golfe] são as mesmas que apresentam níveis e padrões de consumo que comportam emissões de gases com efeito de estufa de intensidade abismal, comparadas com a grande maioria da população - os 10% mais ricos produzem metade das emissões de CO2, a nível global e também dentro dum país”, diz Leonor Canadas, formada em Engenharia Agronómica.

O Climáximo, que interrompeu a noite eleitoral atacando o quartel-gerenal da AD -, acusa “tanto o Governo atual como o próximo” de terem “planos para garantir o colapso climático, estando assim nas mãos das pessoas o mandato para travar a crise climática”.

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