A maioria dos estudantes da Universidade de Coimbra pensa em sair do país quando terminar o curso.
Segundo um inquérito da associação académica, realizado durante o mês de fevereiro, dois em cada três alunos admite emigrar e 40% dos inquiridos espera fazê-lo nos próximos cinco anos.
A procura de melhores salários e de mais ofertas de emprego são as motivações mais referidas.
Renato Daniel, presidente da Associação Académica de Coimbra, considera a saída do país de jovens licenciados “um fator natural tendo em conta a integração europeia”, mas nota que muitos alunos se debatem com “emigração forçada” devido à “precariedade no acesso à habitação” e "baixos salários”.
No estudo com mais de 1270 alunos com respostas validadas, menos de metade dos inquiridos refere a ambição pessoal como motivo para querer sair do país.
As dificuldades financeiras e na habitação começam ainda antes do fim do curso para muitos estudantes, por isso a Associação Académica de Coimbra defende o fim das propinas, melhores bolsas e mais camas disponíveis.
“Se queremos continuar a produzir cérebros que fiquem e produzam para o nosso país temos de investir em políticas de fixação dos jovens”, apela Renato Daniel, lamentando a falta de debate sobre o Ensino Superior na campanha eleitoral.
Por outro lado, aponta o mesmo estudo, três em cada quatro dos estudantes universitários que pensam em emigrar dizem querer regressar a Portugal.