País

"Só tínhamos dois caminhos": os pais de Pedro Ricardo explicam como desafiaram a Síndrome de Prader-Willi

O trabalho é o refúgio de Pedro Ricardo, que contraria as estatísticas e mostra que é possível ter uma vida normal apesar do diagnóstico de Prader Willi.

Loading...

A doença chama-se Síndrome de Prader Willi e afeta cerca de 60 pessoas em Portugal. O principal sintoma é a compulsão alimentar que, em casos severos, pode levar a comportamentos violentos. O Pedro Ricardo mostra que é possível contrariar a estatística, mantendo a persistência e a esperança.

Para muitos esta seria uma função monótona e repetitiva, mas para este jovem é uma arma contra a mente e os pensamentos compulsivos.

Pedro Ricardo tem 26 anos e foi diagnosticado com Síndrome de Prader Willi quando nasceu. Para os pais, foi o começo de uma luta contra o desconhecido.

“Só tínhamos dois caminhos […] fazer do Pedro Ricardo um caso de sucesso. E foi isso que nós fizemos”, afirma a sua mãe, Carla Gomes.

A Síndrome de Prader Willi é uma falha genética no cromossoma 15 que afeta o hipotálamo do bebé, ainda na gravidez.

“Têm um défice cognitivo, alterações esqueléticas […] impulsividade, traços obsessivos compulsivos e compulsão alimentar”, explica médica pediatra Carla Pereira.

Suspeitas à nascença confirmadas pelo diagnóstico

No caso de Pedro Ricardo... as suspeitas dos médicos começaram logo nos primeiros dias de vida, e os testes genéticos confirmaram o diagnóstico.

Daí para a frente, estes pais assumiram o compromisso de tornar a vida do filho o mais normal possível.

“Imagine-se estar constantemente em jejum permanente (...) Comportamentos desajustados. Compulsivos. Agressivos muitas vezes”, conta a mãe.

“São pessoas que estão num hipermercado sozinhos e roubam comer […]. É uma doença e não é um miúdo normal que está a roubar isto ou aquilo”, acrescenta o pai, Pedro Gomes.

Frequentou o ensino regular e seguiu um curso profissional para jovens com necessidades educativas especiais. Foi aí que se apaixonou pelas artes gráficas e desde então tem trabalhado no ramo.

“Efetivamente eles têm competências […] Podem ser inseridos no mercado de trabalho, com as suas limitações obviamente", acrescenta a pediatra.

Estar ocupado ajuda a distrair a mente da sensação compulsiva de fome.

Últimas notícias
Mais Vistos
Mais Vistos do