A caminho das eleições, é importante traçar comparativos entre os programas. Entre os da Aliança Democrática (AD) e do Partido Socialista (PS), há algumas semelhanças e muitas diferenças em relação ao crescimento da economia.
Os dois querem pôr a economia a crescer mais, mas o caminho escolhido para lá chegar é diferente.
A AD acredita que a solução é baixar os impostos e promete descer o IRC para todas as empresas. É com um choque fiscal que a coligação conta por o PIB a disparar 3,4% no final da legislatura, ritmo a que Portugal não cresce há duas décadas, com exceção de 2017 e do ano pós-recessão provocada pela pandemia.
Mais cauteloso, o PS vê o PIB a crescer apenas 2,2% nos próximos quatro anos no melhor dos cenários, referindo que a AD acredita no "milagre do choque fiscal".
O Partido Socialista aposta nos efeitos multiplicadores do investimento nos serviços públicos e na descida seletiva do IRC.
No IRS, é mais o que os une do que aquilo que os separa
Diminuir taxas, atualizar escalões e voltar a reduzir o IRS Jovem são metas comuns ao PS e à coligação.
A situação é parecida ao falarmos do valor do salário mínimo nacional, que os dois querem ver nos mil euros até ao final da legislatura.
E as pensões?
Nas pensões, a AD só se compromete com a subida do complemento solidário para idosos. O PS quer alterar a forma como se calculam e pagam as pensões e ensaia até uma reforma da segurança social.
Nas contas publicas, a AD espera ter pequenos excedentes todos os anos. Já o PS conta com saldos nulos até 2028, ou seja, nem défice, nem superavit.