Se as eleições legislativas fossem hoje, o PS seria o partido vencedor. Mas os partidos de direita, juntos, têm maioria absoluta. Os dados são da sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso.
A pouco mais de um mês das eleições legislativas, com um trabalho de campo terminado em cima do início da crise política da Madeira e em plena campanha para as regionais dos Açores, a sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso dá o PS à frente nas intenções de voto.
PS vence, mas Direita consegue maioria absoluta
Se as eleições fossem hoje, o PS ganhava com 23% dos votos. Mais quatro pontos do que a coligação PSD/CDS/PPM, que tem 19%. O Chega obtém 15% dos votos, deixando a larguíssima distância Iniciativa Liberal e Bloco de Esquerda, que não vão além dos 3%. A CDU tem 2%, PAN e Livre apenas 1%.
A percentagem de inquiridos que ainda não sabe em quem votar chega aos 16%.
Mas, com a distribuição destes indecisos, regista-se um empate técnico entre PS e AD, com 29% e 27%, respetivamente. Uma diferença de dois pontos percentuais que cabe dentro dos 3,5% da margem de erro da sondagem. O Chega tem 21%. IL e BE 5%. A CDU fica pelos 3%, PAN e Livre 1%.
É com base nestes resultados, assim ponderados, que se chega a uma clara conclusão: o PS ganha as eleições mas, juntos, AD, Chega e Iniciativa Liberal conseguem 53% dos votos, uma inequívoca maioria absoluta, contra os 38% que somam PS, Bloco de Esquerda, CDU e Livre.
Analisando com mais detalhe o perfil dos inquiridos, há outras conclusões que vale a pena reter.
Quem vota em que partido?
Os eleitores mais jovens estão concentrados na Iniciativa Liberal e no Chega - mas também compõe a maioria dos 13% que diz não ir votar. BE e AD têm mais votos na população entre os 35 e os 64 anos. Já a esmagadora maioria dos votantes na CDU e no PS têm mais de 65 anos.
Os eleitores socialistas são também os que têm o nível de instrução mais baixo, concentrando-se aqueles que têm instrução superior na AD e na Iniciativa Liberal.
Por fim, os potenciais eleitores da CDU e da Iniciativa Liberal são maioritariamente homens, enquanto no Chega a distribuição por género está mais equilibrada. As mulheres são a maioria nos inquiridos que reconhecem ainda estar indecisos.
Ficha Técnica
Este estudo de opinião foi coordenado pelo ICS e pelo ISCTE para a SIC e para o Expresso. A informação foi recolhida num universo de indivíduos maiores de 18 anos, residentes em Portugal, através de entrevista presencial. O trabalho de campo foi realizado pela GfK Metris entre 16 e 25 de janeiro, tendo sido contactados 2984 indivíduos e validadas 804 entrevistas. A margem de erro máxima é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%.