Na sétima sessão do julgamento do caso Jéssica - a menina morta em Setúbal em junho do ano passado - a médica da VMER que atendeu a criança revelou que a encontrou em coma, em estado muito grave.
Esta quinta-feira, para além da médica da VMER, foram também ouvidos o técnico de emergência pré-hospitalar que esteve com Jéssica, a suposta ama e ainda uma testemunha - um homem que trabalha perto da residência da família onde a criança esteve durante cinco dias antes de morrer.
Este último disse que viu a criança três vezes com a arguida Ana Pinto - a suposta ama - e que da última vez a menina chorava, mal conseguia andar e estava com óculos escuros e chapéu.
A arguida, que responde, entre outros crimes, por homicídio qualificado, afirmou que a criança só esteve uma vez na casa dela. Relatou ainda uma situação em que estaria a cozinhar e Jéssica terá caído de uma cadeira, mas salientou que, quando a entregou à mãe, Jéssica estava viva.
Um depoimento que é contrariado pelo relatório da autópsia.
Ouvida na quarta-feira, a mãe da criança apresentou uma versão com várias contradições. Inês Sanches disse que entregou a filha à guarda da ama como garantia de pagamento de uma dívida relacionada com bruxaria.
Disse ainda que era a terceira vez que o fazia e que não foi às autoridades porque teve medo das ameaças de Ana Pinto, do marido dela e da filha do casal, todos suspeitos da autoria de agressões brutais que levaram à morte de Jéssica. A mãe da criança também é acusada dos crimes de homicídio qualificado e de ofensas à integridade física.
As alegações finais estão marcadas para 13 de julho no tribunal de Setúbal.