A Procuradoria-Geral da República confirmou esta terça-feira a abertura de um inquérito ao lar da Lourinhã, na sequência das denúncias de maus-tratos aos utentes.
A abertura do inquérito surge depois da reportagem da SIC, que revelou maus-tratos a idosos no lar "Delicado Raminho”, na Lourinhã, com denúncias de falta de higiene, má alimentação e falta de tratamento dos utentes.
Na sequência da reportagem, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ordenou logo no domingo uma inspeção imediata às instalações do lar, assumindo a gravidade da situação reportada.
Os inspetores da Segurança Social estiveram no local na segunda-feira. Esta terça-feira, voltaram ao lar na Lourinhã. Aguarda-se pelas conclusões. Em cima da mesa pode estar o encerramento do lar.
O “Delicado Raminho” é um lar privado, com licença de funcionamento. Pode receber até 78 utentes e neste momento terá cerca de 60. Cada um paga, em média, 1.500 euros mensais.
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Ministra da Solidariedade diz que caso merece "intolerância total"
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social diz que os casos de maus-tratos em lares merecem “intolerância total”.
Ana Mendes Godinho diz só ter tomado conhecimento da situação através da reportagem da SIC , mas não explicou se a fiscalização do Estado falhou.
“A informação que lhe posso dar é que eu mal soube da reportagem na SIC, não tinha conhecimento da situação, dei instruções pera fiscalização imediata. Veremos como acontece, a nossa prioridade tem sido sempre que são sinalizadas situações são acionados mecanismos de fiscalização”, disse a ministra aos jornalistas.
Quando questionada sobre se o Estado falhou, uma vez que o dono deste lar já tinha antecedentes em casos de maus-tratos, Ana Mendes Godinho não quis comentar.
“Estou neste momento a aguardar os resultados, percebem que não vou ingerir num processo de fiscalização que está neste momento a decorrer”, disse a ministra, em declarações aos jornalistas.
Ana Mendes Godinho sublinhou que o Governo manifesta “intolerância total cato a situações em que não seja salvaguardada a proteção das pessoas”.