Os pais das vítimas de bullying na escola de Alvide em Cascais queixam-se de falta de respostas da direção, depois de os filhos terem sido novamente ameaçados. Todos os envolvidos continuam a ir às aulas e aumenta a preocupação dos pais das vítimas, que foram apenas aconselhados pelo diretor da Secundária a ir levar e ir buscar as crianças à escola.
Ao telefone, souberam também que tinha sido recomendado aos queixosos que se mantivessem perto de um só pavilhão.
"Os agredidos é que ficaram confinados enquanto os agressores andaram à vontade pela escola?", questiona uma das encarregadas de educação que esteve durante o dia junto ao portão de entrada.
Na segunda-feira, as agressões levaram uma das alunas ao Hospital de Cascais, com uma lesão num dedo e vários hematomas. Os vídeos mostram a quantidade de alunos que se dirigiram para o local onde aconteceu o episódio de violência, junto à escola, depois da hora de saída.
A agressão física contra a adolescente terá acontecido em retaliação pela defesa de um colega, vítima de bullying, e que tem já o estatuto de vítima, num processo com mais de 3 meses e que envolve uma das envolvidas no episódio de segunda-feira.
"O meu filho foi ameaçado dentro da escola. Fui a tribunal e tudo, mas resolvi não seguir com a queixa porque a criança em questão tem 14 anos, é menor. Eu só queria que alguém percebesse este tipo de comportamento, talvez a Comissão de Proteção de Menores", explica Ana Fernandes.
Esta quarta-feira à tarde encontrou-se com a mãe da aluna que ameaçou o filho, que explicou que não sabia do processo.
"Como é que a escola não informou esta mãe? A escola tem uma fotocópia deste documento", diz, enquanto mostra o Estatuto de Vítima que resume a situação em que foi feita a ameaça. "Eu passei este documento ao diretor", conclui.
O diretor da Escola Secundária de Alvide não esteve na escola esta quarta-feira. Quem acabou por se encontrar com os encarregados de educação à porta foi o sub-diretor, que não quis gravar declarações com a SIC. Tinha estado a conversar com os alunos agredidos, que vão voltar a contar a história, desta vez por escrito.
Ao contrário do que dizem os pais, que se dirigiram à escola na segunda-feira e lamentam não terem sido convocados pla direção, o sub-diretor diz que houve "iniciativa de parte a parte" para o contacto. Também garante que as autoridades têm estado presentes, e que o contacto com a Escola Segura é permanente, mas durante a tarde desta quarta-feira foram vários os momentos de tensão à porta da escola, sem a presença de qualquer autoridade.
Sobre as agressões de segunda-feira, as provas foram entregues à GNR, que tomou conta da ocorrência no próprio dia. Os pais deverão ser notificados em 10 dias.