Os partidos com representação na Assembleia da República foram questionados sobre as acusações do ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa sobre o primeiro-ministro. O Chega defende uma comissão parlamentar de inquérito sobre o assunto, o PCP quer as “eventuais pressões” esclarecidas e a Iniciativa Liberal diz não estar “surpreendidos”.
“Até ao final do dia de hoje [sexta-feira] entrará esse requerimento da parte do Chega para que o antigo Governador do Bando de Portugal preste esclarecimentos no Parlamento sobre a veracidade das afirmações que contém [no livro]”, disse André Ventura.
O líder do Chega contactou o presidente do PSD, Luís Montenegro, “para avaliar a possibilidade de uma eventual comissão de inquérito sobre esta matéria”.
Pela Iniciativa Liberal, Rodrigo saraiva diz não ter ficado “surpreendido” com a informação.
“Recordo que, quando foi o processo de mudança do Governador do Banco de Portugal, fomos muito vocais a fazer alertas da tendência do primeiro-ministro para tentar controlar todas as instituições públicas. Ontem [quinta-feira], quando ficou conhecido aquilo que diz Carlos Costa daquele momento em específico, não ficámos obviamente surpreendidos.”
O PCP exige que as “eventuais pressões por parte do Governo sobre o Banco de Portugal devem ser totalmente esclarecidas”. No entanto, Paula Santos, líder do grupo parlamentar do PCP, lembra que o processo em causa “resulta dos impactos de uma gestão danosa e fraudulenta”.
Inês de Sousa Real, líder do PAN, diz que se as afirmações de Carlos Costa se verificarem e comprovarem, “evidente que é grave”. E lembrou que o partido que representa “já tentou, nesta mesma Assembleia da República, que a nomeação do governador do Banco de Portugal passasse também por um parecer vinculativo da Assembleia da República, algo que foi rejeitado”.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, e Rui Tavares, do Livre, não quiseram comentar o caso.