O secretário de Estado norte-americano alerta que a ofensiva proposta para Rafah pode levar à morte de mais civis. Em declarações aos jornalistas, Antony Blinken disse que uma ofensiva na cidade de Rafah, no sul de Gaza, arriscaria "isolar ainda mais" Israel e prejudicar a sua segurança a longo prazo.
Ao sair de Israel, Blinken disse aos jornalistas que teve "conversas francas", referindo-se a reuniões com funcionários, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com quem discutiu três pontos.
“Como disse, concentrámo-nos em três coisas: as negociações para a libertação dos reféns, a ajuda humanitária e Rafah. Não vou entrar em pormenores quanto ao que foi discutido mas, pelo menos da minha perspetiva, foram conversas francas e importantes […] e isto aplica-se às três coisas”, disse Antony Blinken.
Acrescentou ainda que Antony Blinken e Benjamin Netanyahu têm os mesmos objetivos.
“A derrota do Hamas e a segurança de Israel a longo prazo, mas uma operação terrestre a grande escala em Rafah não é, a nosso ver, a forma de conseguir isso. Temos sido muito claros”, acrescentou.
O secretário de Estado dos EUA afirmou ainda que “uma equipa sénior irá visitar Washington para a semana”, para discutir os temas mencionados.
Sobre a intenção de Israel de pressionar Rafah com ofensiva, Antony Blinken afirmou que assim o primeiro-ministro israelita “arrisca-se a matar mais civis”.
"Arrisca-se a matar mais civis. Arrisca-se a causar mais estragos na assistência humanitária. Arrisca-se a isolar ainda mais Israel em todo o mundo e a pôr em risco a sua segurança e posição a longo prazo", disse Antony Blinken, sobre uma operação militar terrestre em Rafah.
EUA e Israel: reunião durou 40 minutos
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse ao secretário de Estado dos norte-americano, Antony Blinken, que Israel pretende realizar uma ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, mesmo sem apoio de Washington.
"Eu disse que não tínhamos a possibilidade de derrotar o Hamas sem entrar em Rafah e eliminar os batalhões restantes. Eu disse-lhe que esperava fazer isso com o apoio dos Estados Unidos, mas, se for necessário, faremos sozinhos", afirmou o chefe do Governo israelita em comunicado após o seu encontro em Telavive com o chefe da diplomacia norte-americana.
"Disse-lhe que apreciava muito o facto de termos estado unidos na guerra contra o Hamas durante mais de cinco meses. Disse-lhe também que reconhecíamos a necessidade de retirar a população civil das zonas de guerra e de cuidar das necessidades humanitárias. E é claro que estamos a trabalhar nesse sentido", acrescentou Netanyahu.
Os dois dirigentes conversaram cerca de 40 minutos esta manhã.