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"Foi o Governo israelita que resolveu torpedear o acordo e poderá e deverá voltar a negociar"

Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, diz que Israel tem condições para ficar numa guerra em várias frentes mesmo sem apoio militar externo, mas também considera que Washington pode voltar atrás na ameaça de suspender apoio militar.

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O Presidente norte-americano ameaça suspender a entrega de bombas se Israel avançar com uma invasão em larga escala em Rafah. Numa entrevista à CNN internacional, Joe Biden diz que as bombas que os Estados Unidos forneceram a Israel foram usadas para matar civis. Declarações que surgem depois da suspensão de um carregamento de armas a Israel devido às preocupações com a ofensiva israelita em Rafah.

Para o editor de Internacional do Expresso, Israel tem condições para ficar numa guerra em várias frentes, sem apoio militar externo, mas também considera que Washington pode voltar atrás na ameaça.

"Israel tem capacidade para manter esta guerra e já vimos que o Governo de Israel tem vontade de mantê-la, mas é claro que sem o apoio dos Estados Unidos, ou com um apoio reduzido, isto também não se trata de de uma retirada do apoio, há aqui uma suspensão do envio de armamento o que torna as coisas mais complicadas para Israel. O apoio militar no sentido de fornecimento de material militar americano tem sido muito importante nos últimos 7 meses para o esforço de guerra israelita em Gaza".

Pedro Cordeiro considera que Washington pode voltar atrás na ameaça de suspender a entrega de bombas.

"Há aqui uma nítida vontade de pressão sobre Israel nesta rara suspensão do envio de armamento. (...) Sem pôr em causa os laços com Israel (...) pode-se e deve-se criticar as ações e se isso levar, e julgo que é essa a vontade da da Casa Branca, a uma alteração de comportamento de Israel, a maiores garantias e maiores cautelas em relação aos civis palestinianos, julgo que os Estados Unidos poderão rever a sua posição".

Nesta altura depende só de Israel o acordo de cessar fogo, como diz, o Hamas. "Assistimos a um golpe de teatro em que Israel anunciou uma série de condições, o Hamas disse que estava disposto a aceitá-las e Netanyahu respondeu: então já não quero. Foi o Governo Israelita que resolveu torpedear o acordo e poderá e deverá voltar a negociar".

"Todos os que tenham um pingo de decência desejam é que haja um cessar-fogo, é que possa haver negociações e que os reféns israelitas indevidamente raptados pelo Hamas possam voltar a casa, infelizmente muitos já não o farão em com vida, e que possa haver um cessar-fogo que alivie a vida dos desgraçados dos Palestinianos de Gaza que estão ali entalados entre as ações retaliatórias de Israel, nem sempre com as cautelas devidas, e a viver há não sei quantos anos governados por um movimento terrorista".

Guerra em Gaza marca Festival da Eurovisão: "Queremos Israel desqualificado"

Em Malmo, os milhares de manifestantes exigiram tréguas na Faixa de Gaza e condenaram Israel. Nesta cidade do sul da Suécia, palco este ano do Festival da Eurovisão, acusaram de hipocrisia os organizadores do evento.

"A Eurovisão é uma iniciativa que tem sempre muito horror a ser aproveitada para quaisquer conflitos políticos (...) É mais um palco onde um assunto que polariza imenso a sociedade, não só esta guerra que dura desde Outubro em Gaza, como ao conflito israelo-palestiniano em geral é extremamente polarizador, ao ponto de se tornar difícil um debate que inclua as zonas de cinzento que obviamente há neste como em todos os assuntos complexos".

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