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Tropas russas vão realizar exercícios para praticar uso de armas nucleares

Os exercícios têm como objetivo garantir a integridade territorial e a soberania da Rússia "em resposta às declarações provocatórias e ameaças de certos funcionários ocidentais contra a Federação Russa", diz o Ministério de Defesa do país.

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A Rússia anunciou, esta segunda-feira, que irá realizar exercícios militares que incluirão a prática da utilização de armas nucleares, uma ordem direta de Vladimir Putin.

O Ministério da Defesa russo tem como intuito testar a prontidão do material nuclear, pelo que os exercícios militares incluirão a prática de preparação e utilização do mesmo.

"Durante o exercício, será tomada uma série de medidas para treinar a preparação e a utilização de armas nucleares não estratégicas", afirmou o Ministério russo num comunicado publicado na rede social Telegram.

Os exercícios têm como objetivo garantir a integridade territorial e a soberania da Rússia "em resposta às declarações provocatórias e ameaças de certos funcionários ocidentais contra a Federação Russa", disse o ministério, citado pela Reuters.

Os exercícios envolverão a força aérea, a marinha e as forças do distrito militar do sul, que se localiza muito perto da Ucrânia e cobre as regiões que Moscovo anexou. A data e o local desses exercícios não foram anunciados.

Declarações de Macron não foram bem recebidas

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, questionado pela agência de notícias AFP sobre esse assunto, afirmou que o anúncio das manobras militares está relacionado com as declarações realizadas pelo presidente Emmanuel Macron, por representantes britânicos e por um representante do Senado dos Estados Unidos.

Esses dirigentes, segundo Peskov, "falaram sobre o desejo e até a intenção de enviar contingentes armados para a Ucrânia, ou seja, de colocar soldados da NATO diante do exército russo".

O porta-voz do Kremlin considerou que se trata de um "novo ciclo da escalada de tensão", denunciando a "retórica muito perigosa" do presidente francês.

Emmanuel Macron assumiu, mais uma vez, no início de maio a possibilidade de enviar tropas ocidentais para o terreno na Ucrânia se Moscovo rompesse "as linhas da frente" e se Kiev solicitasse ajuda.

De acordo com diplomatas russos e norte-americanos, a invasão da Ucrânia, em 2022, provocou a pior rutura nas relações entre a Rússia e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962.

A Rússia apresenta a guerra como uma batalha contra o Ocidente, que, segundo Putin, ignorou a tentativa de amizade de Moscovo após a queda da União Soviética em 1991 e procurou assumir o controlo da Ucrânia enquanto alargava a aliança militar da NATO para leste.

Kiev e o Ocidente não baixam os braços e garantem, por sua vez, que só descansarão quando Putin for derrotado.

Artigo atualizado às 12:18

Com Lusa

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