O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, classificou, neste segunda-feira, como inaceitável a ordem de Israel para a deslocação de civis em Rafah, na Faixa de Gaza, considerando que traz "mais guerra e fome".
A condenação do Alto Representante para a Política Externa da UE surgiu através de uma mensagem divulgada na rede social X e após Telavive ter ordenado aos civis que estão em Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza, para se deslocarem para "zonas humanitárias".
Borrell apelou a Israel para que desista da ofensiva terrestre anunciada para Rafah e que aplique a resolução 2728 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que salienta a necessidade urgente de alargar o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção dos civis em toda a Faixa de Gaza e que expressa uma grande preocupação com a situação humanitária catastrófica que enfrenta o enclave palestiniano.
A ONU estimou que cerca de 1,2 milhões de pessoas, a maior parte delas deslocadas pelos combates, estão na cidade de Rafah, contra a qual Israel insiste há meses que tenciona levar a cabo uma ofensiva militar de grande envergadura.
O exército israelita garantiu que a operação de retirada dos habitantes da parte oriental da cidade de Rafah era temporária e "de âmbito limitado".
"Iniciámos uma operação de escala limitada para retirar temporariamente as pessoas que vivem na parte oriental de Rafah", disse um porta-voz do exército numa conferência de imprensa, repetindo: "Esta é uma operação de escala limitada".