Durante todo o mês de maio, os aviões da Finnair com destino a Tartu vão ficar em terra. A companhia aérea finlandesa alega que nos últimos dois anos tem registado várias interferências nos sinais de GPS, que inclusivamente impediram dois aviões de aterrarem na segunda maior cidade da Estónia. E dá conta de problemas idênticos perto do enclave russo de Kaliningrado e da fronteira oriental com a Rússia.
Também parceira na NATO e na União Europeia, a vizinha Estónia acusa diretamente Moscovo por essas interferências que põem em causa a segurança e violam os regulamentos internacionais da aviação.
Sugere ainda que se trata de uma espécie de boicote da Rússia: uma forma de represália pelo alargamento à Leste da Aliança Atlântica, na sequência da invasão e da guerra na Ucrânia.
Problemas idênticos em 46 mil voos
Mas as queixas contra Moscovo não vêm só da Estónia e da Finlândia. Outras companhias aéreas, como a Easyjet e a Ryanair, também já registaram interferências nos sistemas de GPS, em voos de e para o Báltico.
Um relatório internacional, divulgado recentemente pelo britânico The Guardian, dá conta de problemas idênticos, registados desde agosto em cerca de 46 mil voos europeus, a maioria comerciais.
Porém, o próprio Governo britânico confirma que, em março, um avião militar em que seguia o secretário britânico da Defesa também teve problemas no sistema de navegação por satélite, durante uma ligação entre a Polónia e o Reino Unido.
A Rússia mantém-se para já em silêncio.