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Análise

Proposta da NATO para a Ucrânia visa acabar com "apoios por pacote"

João Annes, do Observatório de Segurança e Defesa da SEDES, faz uma análise à situação na Ucrânia e no Médio oriente.

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O secretário-geral da NATO fez hoje uma visita surpresa a Kiev. Jens Stoltenberg encontrou-se com Volodymyr Zelensky. Os dois líderes discutiram a criação do fundo de 100 mil milhões de euros de ajuda militar à Ucrânia a longo prazo, proposto por Stoltenberg no início do mês. O secretário-geral da NATO lamentou que os países europeus não tenham cumprido as promessas de apoio militar à Ucrânia.

O plano apresentado pelo secretário-geral da NATO - que é um plano da NATO, faz parte de uma estratégia de longo prazo da organização - "corresponde a uma situação que obriga os aliados e o grupo de contacto Ramstein, que inclui mais países para além daqueles que integram a NATO, que é terminarmos com esta narrativa de apoios por pacote", sublinha João Annes.

"Não se apoia por pacote uma guerra de atrito, apoia-se de uma forma sustentada, com logísticas devidamente organizadas, com soluções militares, ou seja, equipamentos militares padronizados e não de diversas tecnologias diferentes de diversas proveniências e necessidades logísticas diferentes que complicam muito aquilo que é o fornecimento da ajuda militar à Ucrânia".

Este plano que .Jens Stoltenberg pretende lançar, um compromisso que deixa como um legado para o próximo secretário-geral, "é um compromisso que também representa uma oportunidade".

"Na Europa e nos Estados Unidos tem sido discutido o que fazer com os bens que foram congelados, que foram apreendidos à Rússia, no valor de cerca de 300 mil milhões de euros e que estão apresados, estão em instituições financeiras europeias e americanas. No recente pacote de ajuda aprovado pelos Estados Unidos para a Ucrânia já está inscrito um valor, portanto, um mecanismo financeiro e legal no valor de cerca 5 mil milhões de euros para canalizar estes fundos para a Ucrânia".

Este apoio sob a forma de munições será extremamente importante para essa estratégia e para a tática também no terreno, como parte destes pacotes de apoio estão também a apoio às forças e serviços de resgate e equipas médicas que têm vindo a ser muito fustigadas pela Rússia, refere João Annes.

"Hamas está a fazer um certo jogo de silêncio"

Aguarda-se a resposta do Hamas perante uma proposta de Israel que Anthony Blinken diz que é muito generosa. O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico revelou alguns detalhes: 40 dias de cessar-fogo, libertação de cerca de 30 reféns em troca de milhares de palestinianos.

"Até haver um acordo não há acordo nenhum. A sensação que dá é que o Hamas está a fazer um certo jogo de silêncio, ver o que é que ainda consegue exigir mais em termos de vantagens neste acordo ou para provocar uma reação da parte de Israel"
"Aquilo que podemos esperar do Hamas e o que se pode esperar de uma organização terrorista que a troca vidas de seres humanos por contrapartidas para si e não para o povo palestiniano".

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