A decisão de Pedro Sánchez de continuar a liderar o Governo espanhol e de não ter declarado a intenção de apresentar uma moção de confiança ao Governo surpreendeu o especialista em assuntos europeus Paulo Sande.
"Acho que foi uma surpresa (...) não o facto dele continuar no Governo, mas o facto de não ter declarado a intenção de apresentar uma moção de confiança. Essa parecia ser a versão eu diria mais benigna face à situação e, sobretudo, face a esta dramatização que nos últimos dias enfim manteve Espanha em suspenso".
Nas reações, Santiago Abascal, presidente do Vox, acusa o Presidente do Governo de teatro político. Já antes, quer o Vox, quer o Partido Popular, tinham acusado Sánchez de vitimização.
"A situação política em Espanha há muito tempo que está muito crispada, muito polarizada, muito partida, um cenário político muito complexo. Nós conhecemos isso de vários países europeus, Portugal também acaba por não fugir a essa espécie de paradigma que hoje em dia é mais ou menos comum em todas as democracias. Mas Espanha tem alguns aspetos que tornam a situação ainda mais difícil, perigosa, a questão das autonomias".
Neste discurso, "mais uma vez, Sánchez demonstra uma grande habilidade política e mais uma vez, sobrevive a situações em que parecia que as coisas não iam ter esse desfecho".