A esposa de Pedro Sánchez, Begoña Gómez, está a ser alvo de investigação, por um tribunal de instrução, depois de ser acusada de alegado tráfico de influências e corrupção, avançou, nesta quarta-feira, o jornal espanhol ABC. Em causa está o favorecimento de uma empresa em contratos públicos.
Segundo os órgãos de comunicação social espanhóis, a mulher do presidente do governo espanhol terá assinado uma carta, enquanto co-diretora do mestrado em Angariação de Fundos, da Universidade Complutense de Madrid, para que uma empresa de Carlos Barrabés ganhasse um concurso público ao participar numa UTE (União Temporária de Empresas) com outra empresa.
A queixa foi feita há alguns dias pelo sindicato que representa os funcionários públicos - Manos Limpias -, e o processo preliminar foi aberto na terça-feira da semana passada, no dia 16 de abril, pelo 41.º Tribunal de Instrução de Madrid.
Pedro Sánchez diz, no entanto, que continua a “acreditar na justiça” do seu país e acabou por divulgar nas suas redes sociais uma “carta aberta aos cidadãos”, na qual anunciou que dia 29 de abril irá decidir o seu futuro e que até lá vai “parar e refletir”.
Após o sucedido, o presidente do governo espanhol questiona-se se vale a pena continuar como chefe do Executivo depois da investigação aberta à sua esposa.
“Esta é uma operação de assédio e demolição por terra, mar e ar, para tentar enfraquecer-me política e pessoalmente, atacando a minha mulher”, lê-se na carta.
E acrescenta:
“Não sou ingénuo. Estou ciente de que denunciam a Begoña não porque ela tenha feito algo ilegal, porque sabem que não há caso, mas porque ela é minha esposa. Como também tenho a plena consciência de que os ataques que sofro não são contra mim, mas sim contra aquilo que represento: uma opção política progressista”.