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Apoio dos EUA "pode ser importante para a Ucrânia se defender, mas para já é só um acordo político"

Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador da SIC, analisa os pacotes de ajuda norte-americanos para a Ucrânia e a Israel.

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O Congresso dos Estados Unidos quebrou um impasse político de seis meses ao aprovar um pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de 57 mil milhões de euros. Zelensky agradeceu já a decisão que será votada ainda esta semana no Senado. Um apoio que pode ser importante para a Ucrânia se defender, mas para já é só um acordo político, sublinha Ricardo Alexandre.

“Zelensky tem razões para ter este discurso de otimismo e, no fundo, da vitória que conseguiu ao exercer pressão e finalmente, o acordo no Congresso americano ser desbloqueado, mas vamos ver se tem tempo para que isto se traduza na prática, isto é, a pressão russa em termos militares é tal em várias frentes ao longo do território ucraniano, vamos ver se as forças ucranianas conseguem resistir a tempo de receber em equipamento para poder parar essa ofensiva”.

A Ucrânia debate-se com o problema da falta de militares, tem havido um esforço da parte do poder político ucraniano de alargar a capacidade de mobilização, ora chamando mais gente por categorias etárias ou dificultando a vida a quem procura estar isento dessa mobilização, as regras têm sido mais apertadas.

"Mas vamos ver se é suficiente porque (…) quer em termos de equipamentos, quer em termos de de recursos humanos, a Rússia tem tido capacidade de ser superior (…) "Vamos ver se estas medidas, quer o desbloquear do apoio americano quer os esforços redobrados de mobilização ajudam a Ucrânia a reduzir esse hiato, essa diferença em relação à Rússia".

Apoio dos EUA a Israel

A última noite ficou marcada por conversas telefónicas entre Anthony Blinken e o Ministro da Defesa e o Ministro da Segurança Nacional israelitas em que foi abordada a questão do cessar-fogo, o apoio humanitário e a defesa de Israel, numa altura em que Benjamin Netanyahu garante que nos próximos dias haverá mais pressão sobre o Hamas.

O grande objetivo é a operação em Rafah. De um lado nos Estados Unidos pedem contenção na questão de Gaza, mas também foi aprovado um apoio.

“Os Estados Unidos acabaram por dar luz verde a uma operação em Gaza desde que essa operação seja feita com alguma contenção, portanto, pode não ser ou pode não ser uma tragédia como se como se imaginava, dependendo da forma como os israelitas consigam fazer as coisas".

Ricardo Alexandre diz ter "sérias dúvidas que seja possível evacuar mais de um milhão de pessoas do sul da Faixa de Gaza para para zonas do território que ainda não estão propriamente controladas do ponto do ponto de vista militar”.

"Acho interessante que Anthony Blinken tenho conversado, também ao telefone, com o Ministro da Segurança Nacional, que é um dos mais radicais dentro do Governo de de Netanyahu, provavelmente para que ele seja contido também nas nas declarações que faz. Recordo que é o mesmo Ministro que, há uns dias, quando foi o ataque israelita contra o Irão, publicou um comentário nas redes sociais a dizer ‘Fraquinho’, (…) provavelmente a Administração americana quer controlá-lo também em termos de em termos daquilo que ele que ele diz publicamente".

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