Esta quarta-feira, na edição especial da SIC Notícias “Novo Governo”, esteve em análise a entrevista de Augusto Santos Silva, na antena da SIC Notícias. Maria João Avillez, Ricardo Costa, Nuno Ramos de Almeida e José Gomes Ferreira debateram ainda sobre o panorama político no pós-Eleições Legislativas.
O socialista Augusto Santos Silva não conseguiu ser reeleito deputado pelo círculo de Fora da Europa, perdendo assim o seu lugar na Assembleia da República.
Augusto Santos Silva considerou o resultado eleitoral "uma derrota política e pessoal".
“O primeiro-ministro não pode partir da radicalidade”
A comentadora da SIC começou por afirmar que, “ a segunda parte da entrevista foi mais interessante”, acrescentando que na primeira parte o antigo presidente da Assembleia da República “deu justificações a mais”.
“Hoje há duas coisas a tomar nota: a insistência de Augusto Santos Silva em chamar à atenção do atual líder do PS - em quem ele aliás não votou - para a ponderação, a racionalidade, aquilo que pede a política”, disse Maria João Avillez, acrescentando que "o primeiro-ministro não pode partir da radicalidade”.
“Acho que houve erros por parte do PS e por Augusto Santos Silva”
Na opinião de Ricardo Santos, “a não eleição de Augusto Santos Silva traz consigo um enorme simbolismo”.
"No dia em que o Chega consegue 50 deputados, Augusto Santos Silva fica fora do Parlamento”, defende Ricardo Santos.
Acrescentou ainda: “Ele foi um bom ministro dos Negócios Estrangeiros, foi um ministro da Defesa competente. Nas duas encarnações que teve no Parlamento, primeiro como ministro dos Assuntos Parlamentares de José Sócrates e depois como presidente da Assembleia da República, eu acho que ele não foi bom nem num caso nem noutro."
“Se não é um problema nacional é de quem?”
Nuno Ramos de Almeida acrescenta que estes resultados trazem com eles um “problema nacional”.
“Temos 50 deputados do Chega nos 50 anos do 25 de abril e ele acha que não altera a política nacional? Se não é um problema nacional é de quem?”, afirma o comentador da SIC.
Na ótica do comentador SIC, estes resultados trazem ainda um desafio à gestão governativa.
“Se o PS se alia ao PSD, deixa o lugar de oposição ao Chega e fomenta o seu crescimento. Mas, ao mesmo tempo, se ele não tem uma forma de diálogo, deixa esse espaço a que o PSD cai nos braços do Chega. Vai ter de haver uma gestão”, disse Nuno Ramos de Almeida.
“Este é o momento mais complicado na vida do país”
Para José Gomes Ferreira, “este é o momento mais complicado na vida do país”.
“No dia e na hora em que estão a ser contados os votos, ficou-lhe bem este gesto de vir dar uma entrevista e reconhecer a derrota. Foi um momento importante até em termos políticos de alguém que soube enfrentar a realidade”, afirmou.
Acrescentou ainda: “Neste momento temos os três partidos do tripartidarismo em campanha eleitoral: o PS, o PSD/AD e o Chega”.