Eleições Legislativas

Análise

"O PSD sabe que o maior impedimento à vitória é um Chega forte"

A quatro dias da ida às urnas para as eleições legislativas, Bernardo Ferrão e Ricardo Costa analisam as estratégias dos partidos na corrida ao próximo Governo.

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Bernardo Ferrão e Ricardo Costa da SIC analisam, neste espaço na SIC Notícias, as alterações na estratégia da campanha eleitoral do PSD e do Chega, e também as acusações de Pedro Nuno Santos à Aliança Democrática (AD). Nesta quarta-feira assinalou-se ainda o 103.º aniversário do Partido Comunista Português (PCP).

Questionado sobre os ajustes nas estratégias do Chega, Ricardo Costa refere que André Ventura terá percebido a necessidade de interagir mais com o povo na rua, e não estar sucessivamente fechado entre quatro paredes.

“André Ventura percebeu que o que estava a fazer na campanha só com um almoço e um jantar, em sala fechada, comício sem presença de rua, o retirava de interações que são precisas ao longo do dia. Também precisava de continuar a picar os outros candidatos que não lhe estavam a ligar especialmente”, afirmou Ricardo Costa no Jornal do Dia.

Acrescentou ainda: “O que ele diz, obviamente que passa e chega aos eleitores, mas não está a condicionar assim tanto as outras campanhas”.

Sobre Luís Montenegro, acrescenta que a campanha do PSD já assentou em várias fases, aproximando-se agora do momento derradeiro.

“A última fase será impiedosa na tentativa de conquistar voto útil. Já na segunda-feira quem se queixou primeiro foi o Rui Rocha. Andou durante umas semanas a falar do Governo de AD/IL, a apelar a uma maioria absoluta dos dois sem perceber que isso era um abraço de urso antes de eleições, que podia e pode prejudicar seriamente a IL", acrescentou.

Relativamente ao Chega, esclareceu que esse trabalho vai ser contínuo, “porque o PSD sabe que o maior impedimento a uma vitória sua é um Chega forte”.

Outro impedimento, acrescenta, e “que é mais difícil de atacar”, é a questão dos indecisos.

Ricardo Costa considera que as pessoas que estarão indecisas nestas eleições “teoricamente terão sido pessoas que terão votado PS nas últimas eleições”.

PSD altera a estratégia? “Não se pode ver por fases”

Igualmente questionado se o PSD estará a entrar numa numa fase da campanha eleitoral, Bernardo Ferrão nega.

“Acho que é um trabalho que é um contínuo e o Montenegro foi fazendo esse trabalho ao centro, inicialmente”.

Acrescentou ainda que “aquelas presenças dos convidados terão contribuído de alguma forma para esse recentrar da campanha, mesmo apesar dos estragos”.

“Essas presenças, por um lado, permitiram que a AD conseguisse piscar o olho a algum desse eleitorado que Luís Montenegro não queria assumir diretamente. Mas, por outro lado, permitiram que Luís Montenegro se afirmasse como o candidato ponderado que mantém o seu caminho ao centro”, afirmou Bernardo Ferrão.

Para Bernardo Ferrão “esse trabalho de recentramento estará feito".

Conclui dizendo: “O que [Luís Montenegro] está a fazer agora é pescar nas piscinas dos descontentes, de todos aqueles que têm o voto pensado no Chega”.

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