Afeganistão

"Deixei para trás tudo o que construí durante 50 anos": entrevista a família afegã que vive em Portugal

Mohammad Taheri fugiu do Afeganistão em 1998. Em entrevista à SIC, o antigo polícia explica o quão difícil foi deixar para trás tudo o que conhecia.

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Vinte e três anos depois, Mohammad vê a história repetir-se. Em 1998, conseguiu fugir com a mulher e os oito filhos dos talibã que, na altura, governavam o Afeganistão.

Em entrevista à SIC, o antigo polícia afegão explicou o quão difícil foi deixar para trás tudo o que conhecia.

"O que tiver sorte chega à Europa. O que não tiver ou é morto na fronteira com o Irão, ou na fronteira com a Turquia, ou morre de frio ou morre pelo caminho, devido ao desgaste da viagem".

Mohammad teme agora pela vida dos que ainda estão na capital afegã.

Em Portugal, residem 96 afegãos. Muitos deles pedem ao Governo português que os ajude a trazer os familiares para o país.

Condições degradam-se junto ao aeroporto de Cabul

O aeroporto de Cabul mantém elevado o número de partidas e chegadas, bem como milhares de pessoas por perto, à espera de partir.

Em algumas embaixadas já não há quem receba pedidos de vistos.

A desistência não é uma opção para a maioria das pessoas que aguardam por um voo no aeroporto de Cabul. Milhares sujeitam-se, inclusive, a condições miseráveis: esperam dentro de um esgoto, cheios de lixo e arame farpado, sujeitam-se à escassez de água e alimentos.

A espera tem um curto prazo, a "linha vermelha" está cada vez mais perto, aumentando o desespero de famílias que anseiam pela partida.

Cerca de 70.000 afegãos alcançaram o desejo de abandonar o solo afegão. Arriscam tudo para não viverem sob alçada do regime talibã.

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