Economia

Análise

"A inflação estará perto dos 2%" mas tudo pode mudar "se as coisas no Médio Oriente evoluírem de forma negativa"

Na antena da SIC Notícias, o economista Pedro Brinca analisou o crescimento da economia portuguesa e a taxa de inflação que desacelerou para 2,2% em abril.

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Na SIC notícias, o economista Pedro Brinca analisou o crescimento da economia portuguesa de 1,4% neste primeiro trimestre e garantiu que é uma "boa notícia", uma vez que as previsões de crescimento para 2024 na zona euro são de apenas 0,6.%

Segundo o economista, ainda não há forma de explicar o bom desempenho da economia portuguesa, uma vez que para isso teria de olhar para as contas de forma desagregada e "ainda não teve acesso aos componentes do PIB de forma desagregada para perceber se houve um componente mais forte da procura interna ou da procura externa".

"Aquilo que eu sei , tendo em conta aquilo que recolhi dado os dados serem tão recentes, é que de facto houve uma contração das exportações. Mas houve também o abrandamento das exportações, o que significa que o saldo da balança comercial ajuda o PIB a crescer. Quanto é que isto explica de 1.6? Teremos que fazer as contas", explicou.

Relativamente à taxa de inflação, que desacelerou para 2,2% em abril o economista afirma que estamos perante "uma mudança da natureza da taxa de inflação".

"Já desde Abril do ano passado, que a habitação tem sistematicamente puxado a taxa de inflação para cima é o caso deste mês também", afirmou o Pedro Brinca acrescentando que também a energia "se tem invertido".

"A energia durante muito tempo trazia a inflação, a taxa homóloga, para baixo, porque eram taxas de inflação a 12 meses comparadas com aquele período em que tivemos um pico muito grande após o início da guerra da Ucrânia, mas isso já se foi, e agora temos a questão da instabilidade no Médio Oriente", explicou.

"O brent está neste momento a 87$, atingiu 91$ por barril durante o mês passado e isso está a levar os preços de energia para cima. E a energia ao contrário do que fez no passado, está agora a contribuir para a inflação subir", acrescentou garantindo que no sentido contrário estão os bens alimentares não transformados, que até têm tido uma contribuição muito para baixar a inflação e os bens em geral.

Em contraponto, o economista garante que a ajudar também a subir a inflação têm estado os serviços.

A crença do economista é que "a inflação estará perto dos 2%", no entanto tudo pode mudar "se as coisas no Médio Oriente evoluírem de forma negativa".

Durante a análise, Pedro Brinca alertou para a inflação dos EUA que segundo o próprio "é importante porque não está a seguir este padrão".

"A inflação nos Estados Unidos tem estado consistentemente a subir, e está significativamente acima dos 2%, estando em 3,5%. O que significa que na reunião da próxima quarta-feira do Fed, as taxas de juro podem não descer tanto como aquilo que estávamos à espera", disse o economista.

"Todo o mundo está integrado. Estas políticas estão muito juntas e é preciso olhar com atenção para aquilo que acontece nos Estados Unidos e para aquilo que acontece na Europa", alertou.

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