André Villas-Boas foi empossado esta terça-feira como presidente do FC Porto numa cerimónia que teve início ao meio-dia e que contou com três discursos.
No dia 27 de abril, os sócios dos ‘azuis e brancos’ mobilizaram-se em força e decidiram mudar o rumo do clube. O ex-presidente do clube venceu com 80,28% dos votos contra os 19,52% de Pinto da Costa, que ocupava a cadeira da presidência desde 1982.
No entanto, para já, não se sabe quando é que o ex-técnico dos ‘dragões’ assumirá o poder na SAD do clube, uma vez que os atuais elementos ainda não renunciaram aos cargos.
Só depois da tomada de posse dos novos órgãos sociais do clube é que pode ser convocada uma Assembleia Geral de acionistas para a investidura da nova composição da SAD.
Esta terça-feira é o dia em que se assinala o virar de página no clube. No Estádio do Dragão, mais de 400 convidados marcaram presença na cerimónia de tomada de posse de Villas-Boas, que ficou marcada pelos discursos de Lourenço Pinto, presidente cessante da Mesa da Assembleia Geral (AG), António Tavares, o novo presidente da Mesa da Assembleia Geral e, por fim, do novo presidente do FC Porto.
O cumprimento dos presidentes
À chegada ao local da cerimónia, Pinto da Costa cumprimentou com um abraço André Villas-Boas.
Discurso de Lourenço Pinto
O presidente cessante da AG começa por agradecer a Pinto da Costa pelo serviço prestado ao clube e por desejar sorte aos novos membros da direção. Deseja ainda “mais sorte” ao seu sucessor do que aquela que teve durante o período em que exerceu funções.
As palavras de António Tavares
O novo presidente da Mesa da AG começa por agradecer a Lourenço Pinto pelo trabalho exercido no emblema da ‘Invicta’. Garante que “encara o lugar com responsabilidade” para “ajudar o clube a continuar na senda das vitórias”. Acerca de Pinto da Costa, afirma que o mítico presidente “continuará a ter um papel importante” na vida dos ‘dragões’.
Depois de todos os novos elementos do órgãos sociais do FC Porto terem tomado, oficialmente, posse, André Villas-Boas inicia o seu primeiro discurso enquanto presidente empossado.
O discurso de tomada de posse de Villas-Boas
Começa por lembrar o percurso enquanto treinador do FC Porto e por saudar os funcionários, jogadores e adeptos do FC Porto.
“Ser Portista é um estado de alma e é nessa unidade que aqui nos encontramos”, exclama.
Garante que a sua equipa trabalhará com afinco para “elevar o bom nome do FC Porto” e lembra que os resultados das recentes eleições do clube revelam o sentimento de mudança dos sócios.
Promete um FC Porto “vencedor, indomável, imortal, temido pelos seus adversários”, mas também "transparente e financeiramente sustentável". Não esquece Lourenço Pinto, a quem agradece por ter permitido que a eleições decorressem “de forma exemplar”:
“Nesse ato solene, democrático do qual tenho a certeza de que vossa excelência está honrado, foi feita história, pelo que, em nome de todos os Portistas, lhe agradeço a sua dedicação, emprenho e coragem”.
“Iremos lutar por este clube juntos"
Dirige-se aos sócios e simpatizantes dizendo que lutarão e vencerão juntos:
“Iremos lutar por este clube juntos, do mesmo lado da barreira, de modo a vencermos todos, não só os que marcaram o passado, mas também os que marcarão o futuro”.
Para além disso, promete empenho, dedicação e amor ao FC Porto, emblema que promete servir de “corpo e alma”.
Como era esperado, também não esquece Pinto da Costa, “o presidente dos presidentes”.
"Não existem palavras para descrever ou até agradecer tudo o que fez pelo FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa. O presidente dos presidentes não é metáfora! É memória, é respeito e gratidão, mas é sobretudo obra, vitória e glória. Uma folha de serviços única, que traz consigo um pensar vivo e presente: ‘Este é o FC Porto que vos deixo, cuidem dele’. Jorge Nuno Pinto da Costa: assim o iremos fazer. O seu legado é eterno e será sempre respeitado", sublinha.
Assume que o processo de recuperação do emblema azul e branco será “longo”, mas deixa claro que não baixará os braços e que tem “uma visão clara e um projeto definido”.
“No presente, estamos aqui todos unidos a lutar para continuar a vencer. O nosso futuro - digo mesmo o nosso destino - é um dia mais tarde entregá-lo ainda maior e mais vitorioso aos nossos filhos e netos”, afirma.
O apelo aos elementos da SAD
Faz também um apelo ao “bom senso da administração da SAD” portista, referindo que a renúncia dos seus elementos “não seria jamais considerada um ato de fuga, mas sim um ato nobre" que os elevaria.
Por fim, declara que o FC Porto “não tem dois presidentes”, mas sim um líder eleito “pela vontade expressa dos sócios numa mudança”.
“Atrasar o inevitável é adiar a construção de um FC Porto mais forte de futuro e estou seguro de que é isso que vossas Excelências desejam”, remata.