A criação de um memorial em Lisboa em homenagem às vítimas da escravatura está a gerar polémica. A Associação de Afrodescendentes (DJASS) que teve a iniciativa do projeto acusa a autarquia liderada por Carlos Moedas de boicotar a obra.
A Câmara de Lisboa quer que a obra do artista angolano Kiluanji Kia Henda fique na faixa ribeirinha. Já é a terceira localização apontada para a instalação para homenagear as vítimas da escravatura.
A associação que levou a ideia ao orçamento participativo diz que a mudança de local é uma forma da autarquia impedir a construção.
Em 2017, a proposta de criação de um Memorial de Homenagem à Pessoas Escravizadas foi uma das vencedoras do orçamento participativo. Cinco anos e meio depois, a proposta ainda não foi para à frente.
No entanto, a Câmara de Lisboa alega que há pareceres da Direção-Geral do Património e da EMEL negativos que levaram a mais uma mudança.
O presidente da Câmara, Carlos Moedas, indica que está aberto ao diálogo e afirma que a Associação DJASS não responde à autarquia. Todavia, a versão desta Associação é diferente.
A faixa ribeirinha é uma zona histórica simbólica, pois foi aqui que foram trazidos escravos de África para trabalharem nas plantações no Brasil.