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Advogado diz que “Xuxas” tem empresas e rendimentos declarados e fala em “ilusão” do MP

Arrancou esta terça-feira o julgamento daquele que é apontado pelos investigadores como um dos maiores narcotraficantes portugueses.

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A defesa de Rúben Oliveira (mais conhecido pela alcunha “Xuxas”), diz que a acusação por tráfico de cocaína, associação criminosa e branqueamento de capitais não passa de uma "ilusão criada pelo Ministério Público” (MP).

“Se o senhor Ruben é o tal ‘grande traficante’, como é que justificam a quantidade de produtos estupefacientes que continua a ser apreendida todos os dias?”, questiona o advogado Vítor Parente Ribeiro, em declarações aos jornalistas, no arranque do julgamento de Rúben Oliveira e outros 18 arguidos, esta terça-feira, no Juízo Central Criminal de Lisboa.

“Basta vermos o passado do senhor Rúben, basta ver as empresas que o senhor Rúben constituiu, e o resultado dessas empresas”, argumenta. “O senhor só de rendimentos de IRS declarou cerca de 700.000 mil euros em quatro anos e estão a dizer que isto é uma atividade ilícita?”

Em prisão preventiva na cadeia de alta segurança de Monsanto desde final de junho de 2022, "Xuxas" diz que vai falar em tribunal, mas no decorrer do julgamento identificou-se como "empresário com vários negócios" e disse que tinha táxis, uma pastelaria e vendia automóveis.

Já o advogado Pedro Proença, que representa outro arguido, António Freitas, pede ao tribunal que seja isento e não se deixe levar por julgamentos públicos.

A justiça tem de “conseguir destrinçar aquilo que é o julgamento que já foi feito publicamente da maior parte destes arguidos, e sobretudo, que consiga destrinçar aquilo que é a escrita criativa que em que esta acusação é rica”.

“É para isso que estamos: para apurar a verdade e não para romancear. E esta acusação, infelizmente, em relação a muitos dos arguidos é muito romanceada”, reforça Pedro Proença.

O arguido William da Cruz, que também decidiu prestar declarações no primeiro dia de julgamento, nega que tivesse o papel de batedor e vigilante durante uma alegada operação de recolha de cocaína que o grupo teria ido buscar ao aeroporto

O MP atribui a William da Cruz o papel de avisar o restante grupo caso visse a polícia, mas este alega que que apenas se cruzou com o outro arguido, com quem tinha uma relação de amizade, e depois acabou por ir com ele à zona das cargas e descargas, rejeitando quaisquer ligações ao tráfico de droga.

De acordo com a acusação do Ministério Público, o grupo liderado por Xuxas tinha "ligações estreitas" com organizações de narcotráfico do Brasil e da Colômbia e desde meados de 2019 importava elevadas quantidades de cocaína da América do Sul.

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