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"Luta Armada": os movimentos que queriam acabar com o fascismo

"Luta Armada" pode ser vista no Espaço da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, em Lisboa, até 14 de abril. Faz parte do ciclo "Abril Abriu".

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Os nomes, movimentos e factos recriados no palco da Companhia Portuguesa de Bailado ganham uma nova vida, interpretada numa peça baseada numa investigação feita pela Companhia Hotel Europa. Foi feita com base em factos e relatos reais de protagonistas de um passado político levado à cena com o nome "Luta Armada".

"A nós, interessava-nos mostrar como esta fase que estamos aqui a discutir - que é desde o fim da ditadura fascista até a entrada na democracia - e que achamos que foi uma coisa relativamente pacífica, em que não houve vítimas - temos essa ideia de falar do nosso 25 de abril como esta revolução super perfeita - e nada disso aconteceu: estes movimentos mostram-nos, precisamente, o contrário", afirma André Amálio, ator e co-produtor do espetáculo.

"Tivemos dificuldades em falar com pessoas das redes de extrema direita, da rede bombista. Entrámos em contacto e ninguém quis falar connosco. Também ninguém quis falar connosco da parte das FP-25. Quem quis falar connosco foram as pessoas que lutaram e deitaram abaixo o fascismo", acrescenta.

Para além da história recriada, a música ao vivo é outra das protagonistas e cada tema tocado ilustra as ideias principais da revolução dos cravos.

"O nosso trabalho tem sempre música ao vivo. As nossas vozes são as nossas armas. Estas são as armas dos artistas de teatro. E nós continuamos aqui, herdeiros desse papel importante que o teatro português teve, a continuar a desenvolver essa linha de teatro político que procura ajudar a construir um país melhor. Hoje é tão necessário como há 50 anos", conclui.

A peça fica em cena até 14 de abril, no Espaço da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, em Lisboa.

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