A indústria têxtil, uma das mais poluentes do planeta, é forçada a procurar soluções. A legislação europeia exigirá mudanças profundas e cada vez mais marcas querem poder vender uma imagem mais sustentável.
A indústria têxtil portuguesa começou a investir em inovação antes da sustentabilidade ficar na moda. Depois de perder para a Ásia o papel de fábrica da Europa com mão de obra barata, afirmar-se entre os mais inovadores do mundo foi uma questão de sobrevivência.
A aposta portuguesa na ciência e na inovação no têxtil é agora potenciada com o maior projeto de sempre do sector têxtil no país: um investimento de 138 milhões de euros, apoiado pelo PRR. É uma revolução em curso na indústria têxtil portuguesa, que alimenta algumas das maiores marcas internacionais.
É de Barcelos a primeira empresa do mundo a fazer chegar ao mercado roupa tingida com pigmentos produzidos por bactérias. Com poupanças astronómicas para o ambiente, evita o impacto dos corantes sintéticos à base de petroquímicos e reduz drasticamente o consumo de água.
Reduzir a dependência do petróleo na indústria têxtil passa também por encontrar alternativas às fibras sintéticas, de origem petroquímica, como o poliéster. E usar fibras que não sejam produzidas do outro lado do mundo.
Aproveitar resíduos da indústria agroalimentar, como as fibras da banana ou do ananás, e recuperar fibras ancestrais produzidas localmente, como o cânhamo, são algumas das opções abordadas na primeira parte desta Grande Reportagem.
O que já está a acontecer é apenas a ponta do icebergue, mas surpreenderá a maioria dos consumidores.
A mudança de hábitos de consumo é também inevitável: e m 20 anos, o mundo duplicou a produção anual de têxteis: todos os anos são produzidas mais de 100 milhões de toneladas de fibras têxteis. E todos os anos mais de 90 milhões de toneladas têm como destino o aterro ou a incineração.
Ficha Técnica
Colorista - Jorge Carmo
Pós-Produção Áudio: Octaviano Rodrigues
Coordenação: Jorge Araújo
Direção - Marta Brito dos Reis, Ricardo Costa