A equipa liderada por Nuno Cardoso Santos já participou na descoberta de mais de 500 exoplanetas. Quando o astrofísico português iniciou o doutoramento, há pouco mais de 20 anos, "havia uma mão cheia de planetas conhecidos, todos eles gigantes. E cada nova descoberta era uma festa. Hoje já se conhecem mais de 5500 planetas a orbitar outras estrelas".
Alguns com características que desafiam a mais prodigiosa imaginação. Há planetas em que, tudo indica, "as nuvens são metálicas e chove ferro". Por exemplo, na constelação de Peixes, em torno da estrela WASP 76, a mais de 360 anos-luz da Terra. Foi, aliás, na atmosfera de um desses planetas gigantes, gasosos e escaldantes que uma equipa portuguesa descobriu bário.
Bário é o elemento químico que usamos para dar a cor verde ao fogo de artifício. Pesa 2.5 vezes mais do que o ferro: é o elemento mais pesado descoberto até hoje na atmosfera de um exoplaneta.
A descoberta surpreendeu a comunidade científica em 2022. O que explica a presença de bário na atmosfera de um exoplaneta longínquo?
O que revela a descoberta de metano e dióxido de carbono no planeta K2 18b, anunciada em 2023 pela NASA? Haverá vida nesse planeta em órbita de uma estrela anã vermelha na constelação de Leão?
Que passos trouxeram a academia e a indústria portuguesas à linha da frente na busca de respostas para a gigantesca pergunta da humanidade: estaremos sozinhos no Universo?
"Havendo tantos planetas onde a vida se pode ter desenvolvido, é muito pouco provável que não haja vida em muitos outros sítios do Universo. Só na nossa galáxia existem cerca de 100 mil milhões de estrelas. E portanto eu diria, se tivesse de apostar, que há muitos olhinhos aí por esse Universo."
Ficha Técnica:
Jornalista: Miriam Alves
Imagem: Paulo Cepa e Rogério Esteves
Edição de Imagem: Tiago Martins
Grafismo: Patrícia Reis
Produção editorial: Diana Matias
Colorista: Jorge Carmo
Direção: Marta Brito dos Reis e Ricardo Costa