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Montenegro admite mudar acordos com a Concertação Social, trabalhos arrancam já este mês

O primeiro-ministro refere que há já grupos de trabalho, com reuniões agendadas este mês, para avaliar eventuais alterações.

Montenegro admite mudar acordos com a Concertação Social, trabalhos arrancam já este mês
FILIPE AMORIM/LUSA

Luís Montenegro admite alterar os acordos com a Concertação Social aplicados pelo último Governo. Em declarações aos jornalistas, esta terça-feira, depois da primeira reunião da Concertação Social do novo Executivo, o primeiro-ministro adiantou que já foram agendadas reuniões de grupos de trabalho para avaliar eventuais alterações aos acordos em vigor.

Montenegro contesta, apesar de tudo, que isso signifique que não vai cumprir os compromissos assumidos pelo anterior Governo.

“O Governo está disponível para cumprir o que está hoje em vigor, mas também para tomar medidas novas e cumprir novos objetivos”, defende. “Gostaria de revisitar o acordo de rendimentos e acrescentar objetivos nossos, mas isso não significa que o Governo não cumpra o que está hoje em vigor.”

“O Governo mudou, mas o compromisso do Governo deve ser cumprido”, continuou Luís Montenegro, antes de adiantar que, ainda este mês, haverá duas reuniões de grupos de trabalho que vão “avaliar o estado de execução” dos atuais acordos de rendimentos e de formação e qualificação profissional. O objetivo, assume, é “projetar eventuais alterações”.

O primeiro-ministro afirmou ainda que, durante esta primeira reunião da Concertação Social, transmitiu aos parceiros sociais a disposição do Governo para ouvir e debater e que o grande objetivo é “haver crescimento económico e, por via disso, proporcionar melhores salários, melhores empregos e melhores condições de vida”.

A política fiscal é uma das vias que o Governo pretende usar para “dar ao país um novo impulso”.

A visão do Executivo, afirma, mereceu “acolhimento”, embora “não propriamente com unanimidade de posições” dos parceiros sociais, declarou.

O regresso do diabo?

Questionado sobre as acusações do Governo de que o anterior Executivo deixou um défice nas contas públicas, Luís Montenegro insiste nesta posição.

O primeiro-ministro afirma que se trata de uma “realidade objetiva” e que “no final do primeiro trimestre, houve um défice”.

“Os portugueses têm direito a saber a verdade. Se vamos, com isto, inverter os nossos objetivos políticos? Não vamos. A situação tem de ser gerida”, defendeu.

“Não estamos assustados com isso”, apressou-se a sublinhar Luís Montenegro. “Não vale a pena inventar o diabo na cabeça de ninguém.”

O objetivo do Executivo, adianta, será dar uma volta às contas públicas e chegar ao final do ano com saldo positivo.

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