Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas num incêndio num prédio em Lisboa na manhã desta segunda-feira. As causas do fogo ainda não são conhecidas, mas os habitantes falam em degradação.
A revolta de quem mora no prédio em questão já não é de agora. Queixam-se há anos da falta de condições do edifício: elevadores sem funcionar, problemas na canalização e na eletricidade.
Uma "bomba-relógio", é como descrevem o prédio que, a qualquer momento, podia provocar uma tragédia.
“Ouvimos gritos a pedir ajuda. Ouvimos um estrondo, o vizinho da frente tentou entrar, mas já não conseguiu fazer nada. Estava tudo cheio de fumo”, conta um dos moradores à SIC.
O incêndio desta segunda-feira provocou um morto e dois feridos por inalação de fumo. Os dois feridos tratam-se da mulher e da filha da vítima mortal. Foram transportadas para o hospital para receberem oxigénio.
Para os moradores, não há dúvidas do que causou o fogo. Acusam a Junta de Freguesia e a autarquia de ignorar os problemas de longa data do edifício.
Bairro vai ser alvo de "intervenção profunda"
Em comunicado, a Gebalis informou estar a efetuar diligências para disponibilizar uma habitação para a mulher da vítima mortal, que vivia no apartamento afetado pelo incêndio e acrescentou que o bairro Carlos Botelho será alvo de uma "intervenção profunda", já programada, ainda este ano.
"Estão em preparação as obras de reabilitação de zonas comuns do edificado, no âmbito do Programa MORAR MELHOR – Beato, abrangendo 20 prédios com 271 frações, cujo início se prevê no terceiro trimestre de 2024", lê-se na nota divulgada.
A Gebalis adianta ainda que, em 2023, em conjunto com a autarquia de Lisboa, já foram reabilitadas 24 habitações neste bairro.
"A Gebalis lamenta o trágico acontecimento, endereça as mais profundas condolências à família e à comunidade e manifesta a disponibilidade total das suas equipas para o apoio à família", lê-se na nota divulgada esta tarde.
No local estiveram dezenas de elementos e várias viaturas do Regimento de Sapadores de Lisboa e dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses. As causas do incêndio continuam por apurar. A investigação já está nas mãos da Polícia Judiciária.