Continuam as queixas de imigrantes sobre o trabalho da Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA). As filas nas lojas do cidadão juntam dezenas de pessoas ainda antes de abrirem portas.
Maansoor é um imigrante que está desde a meia noite na fila da loja do Saldanha, em Lisboa, para tentar renovar a carta de condução, obrigatória para o trabalho de motorista, mas ainda não obteve respostas.
"Dizem sempre para esperar, esperar e agora não tenho trabalho porque não tenho cartão. Vim para aqui à meia-noite" e "ninguém diz nada, ninguém ajuda, é muito complicado."
Os imigrantes que esperam na fila explicam que não conseguem resolver nada online por falta de documentos, como o Cartão de Cidadão.
"Não consigo fazer a renovação online porque o sistema não deixa aceder com o título de residência, passaporte ou outra documentação, no caso dos imigrantes", afirma Miguel.
Apesar dos imigrantes tentarem a sua sorte, para já não tiveram sucesso.
"A AIMA manda-nos fazer o agendamento pelo IRN, o IRN manda-nos para o AIMA e ninguém sabe o que faz (...) estou com um documento a vencer no dia oito e não consigo renovar", refere Renato Santos, outro imigrante.
A Agência para a Integração Migrações e Asilo surgiu após a extinção do SEF, em outubro do ano passado.
Os imigrantes têm protestado pelos atrasos na emissão dos cartões de residência ou validação de cartas de condução, documentos que, em falta, podem dar lugar a um despedimento.
"Há muitas pessoas à espera, nós entendemos isso, mas à medida que o número de pessoas aumenta também deveria aumentar o número de pessoas a atender porque nós estamos a contribuir para o país desde que entramos cá", diz um imigrante.
O Governo ainda não especificou o que irá fazer com a AIMA, mas no passado, o PSD, votou contra a criação da agência e a SIC sabe que está em cima da mesa uma possível substituição.