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A entrevista a Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS

Pedro Nuno Santos recusa que o Partido Socialista seja uma força de bloqueio no Parlamento, ao mesmo tempo que garante que o partido não condicionará a sua ação por causa do Chega. Em entrevista à SIC, diz que não se pode pedir ao PS que se anule, uma vez que só tem menos dois deputados do que a Aliança Democrática.

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O secretário-geral socialista garantiu, esta segunda-feira, que o PS não condicionará a iniciativa parlamentar por causa do Chega, que votou a favor da proposta da bancada socialista para a abolição das ex-SCUT. Pedro Nuno Santos criticou ainda o Governo, que diz pouco ou nada ter feito para além da mudança de logótipo e das demissões, mas mostrou-se disponível para negociar reformas estruturais, como é o caso da Justiça.

"Vimos um Governo de combate. De combate contra o Governo anterior, de combate às oposições. Um Governo com pouco sinal de futuro e esperança", disse, lembrando que os socialistas desbloquearam o impasse com a eleição do Presidente da Assembleia da República.

Pedro Nuno Santos considera que o Executivo de Luís Montenegro teve o pior arranque de legislatura, mas assegurou, que o Partido Socialista não está a trabalhar para eleições e passou a bola à Aliança Democrática.

"Nós não estamos a trabalhar para eleições, quem parece que está a trabalhar para eleições é o Governo", disse o líder socialista em entrevista à SIC e SIC Notícias.


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O secretário-geral do PS reiterou as críticas que tem feito ao primeiro mês do Governo de Luís Montenegro - que classificou de "mau Governo" - contrapondo que, ao contrário do executivo, o PS não criou "nenhum grupo parlamentar de combate", mas sim uma bancada de deputados "de qualidade que faz o seu trabalho".

"Nós não nos vamos anular, não vamos deixar de existir, de apresentar as nossas propostas, de nós batermos por elas. Faremos isso com um grande sentido de responsabilidade", enfatizou.

Sobre as negociações com os professores, Pedro Nuno Santos sublinhou que o importante é que o Governo consiga chegar a um acordo com estes e com outros profissionais com quem se está a reunir neste momento. Disse ainda que a proposta do Governo para os professores não está muito distante da do PS, uma vez que propõe a recuperação do tempo de serviço em cinco anos, quando os socialistas propunham em quatro.

"Mais uma vez uma amostra de que nós não somos uma força de bloqueio, mas sim de responsabilidade porque nós disponibilizamo-nos para construir uma maioria com o Governo que permita viabilizar as negociações que concluírem com os sindicatos", disse.

A questão da justiça esteve presente em muitas das perguntas que foram feitas ao líder do PS, que recordou a iniciativa conhecida a semana passada de várias "personalidades de reconhecido mérito na sociedade portuguesa" que lançaram um debate sobre este tema que deve ser feito no país.

"E aí está um bom exemplo, é uma matéria onde é muito importante que o PS e o PSD se possam encontrar e discutir em conjunto, trabalhando em conjunto todas as matérias de regime, nomeadamente justiça, política externa, política de defesa", disse.

Pedro Nuno Santos não se quis comprometer com uma posição relativamente à atual Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, referindo que a própria já manifestou vontade de sair no final do mandato, em outubro. Sobre a ação do Ministério Público na Operação Influencer, acredita que ninguém está acima do escrutínio.


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