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Parlamento tem sido a pedra no sapato de Montenegro no primeiro mês do Governo

Foi há um mês que o novo Executivo assumiu funções. Em 30 dias, já houve espaço para polémicas demissões, casos e casinhos.

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O Governo tomou posse há um mês, mas a Assembleia da República tem sido uma “pedra no sapato” de Luís Montenegro. O Parlamento já colocou quase todos os ministros a negociar com as classes profissionais que têm ameaçado paralisar o país.

A aprovação da eliminação das portagens nas antigas SCUT é só a última pedra na engrenagem no Governo de Luís Montenegro. Já antes tinha sido difícil lidar com a tentativa de baixar o IRS.

Na altura, o primeiro-ministro acusou o PS e o Chega de “simularem uma oposição ao Governo, fazendo um governo alternativo”.

Do logótipo à polémica com os impostos

O primeiro mês de governação começou com uma medida concreta e com efeitos visíveis: a alteração do logótipo do Governo, recuperando a esfera armilar, as quinas e os castelos da bandeira portuguesa.

Mas, depois da primeira mudança, tem sido quase impossível pôr em prática o programa que o Executivo entregou no Parlamento. A descida do IRS era uma das bandeiras que vinha da campanha, mas uniu a oposição num coro de críticas.

“Absolutamente ilusória”, embuste”, “mentira” e “fraude” foram algumas das palavras escolhidas pela oposição para classificar a proposta do Governo para baixar impostos (que incluía já a descida de IRS executada pelo anterior Executivo).

O retorno dos “casos e casinhos”

A formação do Governo também não ficou imune a críticas. Miranda Sarmento escolheu para assessora Patrícia Dantas, uma ex-deputada envolvida num processo judicial, que acabou por não assumir funções.

Também o ministro das Infraestruturas teve de se explicar, depois das suspeitas que envolveram um projeto que liderou na Câmara de Cascais, e por ter escolhido para secretária de Estado Cristina Pinto Dias, que no passado, saiu da CP com uma indemnização antes de integrar um organismo público. Miguel Pinto Luz rejeitou, apesar de tudo, sentir-se fragilizado no Governo.

Os fantasmas do passado e as demissões

Pedro Passos Coelho também reapareceu para questionar a estratégia do novo primeiro-ministro.

“As pessoas ficaram desiludidas nos últimos anos. É bom que aqueles que receberam um voto de confiança para pôr um fim a isso ponham, realmente, um fim a isso”, atirou o antigo chefe de Governo.

Na Santa Casa da Misericórdia e na Direção Executiva do SNS há cadeiras vazias prontas a ser ocupadas, depois das demissões de Ana Jorge e Fernando Araújo.

Que futuro?

Nos diferentes ministérios já começaram as negociações com professores, médicos e forças de segurança.

No horizonte, Luís Montenegro tem ainda vários desafios para superar, vai precisar de enfrentar mais vezes o Parlamento. O Orçamento do Estado para 2025 pode ser o verdadeiro “cabo das tormentas”. Quando lá chegar, Montenegro já saberá se o risco corrido na candidatura às eleições europeias, com Sebastião Bugalhao a cabeça de lista, foi ou não uma boa aposta.

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